Agricultura

Produtor de Canaã investe em morangos livres de agrotóxicos

Publicado por
Vivia de Lima

Imagina você ser precursor na produção de uma fruta, que não tem tradição nenhuma na cidade onde você mora? Foi assim com o Henrique Machado, morador de Canaã, na Zona da Mata.  Atualmente é o responsável por, aproximadamente, 40 mil pés de morango.  Ele procurou a Emater para fazer um projeto de crédito do Pronaf e construir uma estufa para produzir morangos no sistema protegido.

O município, na região de Viçosa, não tinha tradição no cultivo da fruta, o que gerou muitas dificuldades no início, como, por exemplo, encontrar mudas, mão-de-obra e aprender mais sobre o manejo. Mas ele insistiu e passou a produzir morangos diferenciados. Para isso, contou com algumas ajudas. Ele produz morangos há aproximadamente cinco anos.

Atualmente, os 40 mil pés de morango são cultivados no sistema tradicional, no solo, e os cultivados em estufa. A produção semanal alcança em torno de 500 caixas e são frutas sem agrotóxico. “A gente trabalha duas variedades. A chamada de dia curto plantamos no chão, que tem um investimento menor e manejo mais simples, ao mesmo tempo percebemos uma maior produtividade, com frutos de alta qualidade. A variedade de dia neutro plantamos na estufa, ela garante produção ao longo do ano inteiro”, explica.

“Embora não seja tradicional na produção de morango, o cultivo deu muito certo no município, que tem dias não muito quentes e noites frias”, conta Henrique. Outro ponto positivo foi de fato encontrar um mercado ávido por frutos diferenciados, que chegam mais frescos e belos nas mesas dos consumidores. “A produção hoje está a todo vapor, com um produto diferenciado, que chega ao mercado de forma mais rápida do que o vindo de fora. O produto colhido aqui hoje é embalado e chega, no mesmo dia, à mesa do consumidor”, finaliza. Quando surgiu o Programa Minas Sat, Sem Agrotóxico, ele procurou a Emater  que auxiliou tanto no processo de certificação da produção livre de agrotóxicos, e na na elaboração do projeto para conseguir crédito rural.

Diferentes variedades

As variedades de dia curto são aquelas plantadas entre o final de abril e meados de maio. A produção inicia em torno de 60 dias após o plantio, produzindo até o final do ano ou início de janeiro, dependendo do clima e região. São chamadas de dia curto em função de serem plantadas no outono, quando os dias são mais curtos. O pico de produção se concentra nos meses de agosto a novembro.

Já as variedades de dia neutro são mudas plantadas entre meados de maio e outubro, iniciando a produção em torno de 90 a 120 dias após o plantio, dependendo do mês de plantio e região. A produção se prolonga por um período de 15 a 24 meses consecutivos, dependendo do manejo empregado.

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