Argentina anuncia incentivos para indústria de petróleo e gás

O novo Ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, tomou posse, no início deste mês de agosto, com a missão de retomar o crescimento do país e frear a inflação. Segundo a Agência Reuters, nesse fim de semana, ele já anunciou um pacote de benefícios fiscais e alfandegários para o setor de petróleo e gás destinado a atrair dólares para o país. O baixo nível de reservas em moeda estrangeira preocupa o gestor.

De acordo com a Agência Reuters, as medidas beneficiarão somente as empresas que investirem no mínimo US$ 50 milhões. A tomada de decisão ocorre no momento em que o país busca turbinar os investimentos na formação de xisto de Vaca Muerta, a quarta maior reserva de óleo de xisto do mundo e a segunda maior em gás de xisto. “Vaca Muerta está sendo acelerado a partir de hoje”, disse o ministro da Economia, Sergio Massa, em discurso aos empresários do setor na província de Neuquén, sede de Vaca Muerta.

Detalhamento das medidas

Segundo divulgado pela Reuters, desenvolver Vaca Muerta é a esperança da Argentina de reduzir a dependência atual das importações de hidrocarbonetos e abrir caminho para o aumento posterior das exportações, dando ao país um fluxo muito necessário de divisas.

O governo está, atualmente, buscando construir um gasoduto para ligar Vaca Muerta a Buenos Aires, a fim de aumentar a capacidade de transporte e melhorar o uso dos recursos locais. Massa anunciou um investimento de US$ 1,4 bilhão no oleoduto para dobrar a capacidade de transporte projetada anteriormente. “O que temos que fazer é conseguir esse gás… transformá-lo em um serviço para os argentinos, mas também em dólares para nossa balança comercial e em empregos para os argentinos”, disse Massa.

De acordo com a Reuters, o desenvolvimento de Vaca Muerta poderia tornar a Argentina um exportador líquido de petróleo e gás, trazendo dólares extremamente necessários para a economia.  O novo ministro acrescentou a expectativa é a de que, em 2023, o gasoduto, durante  primeira fase, poupe ao país 2,2 mil milhões de dólares em importações.

Sob o governo de Fernandez, a Argentina impôs rígidos controles cambiais que não conseguiram reduzir a inflação, que deve atingir 90% este ano.

Para se ter uma ideia, o poder de compra do cidadão argentino diminuiu por causa da desvalorização do peso frente ao dólar. Em julho, o país registrou o maior índice de inflação (7,4% ao mês) entre os demais países da América Latina, perdendo até para a Venezuela que registrou um aumento de 5,3%, segundo o Observatório Venezualano de Finanças, uma consultoria sem vínculo com o Governo Maduro.

Com informações da Agência Reuters.