Pecuária

Brasil confirma casos de “Vaca Louca” e suspende exportação de carne

Publicado por
Ricardo Miranda

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) divulgou um comunicado neste fim de semana confirmando dois casos do chamado “mal da vaca louca” em frigoríficos de Minas Gerais e do Mato Grosso. Como protocolo, as exportações de carne bovina para a China foram suspensas preventivamente até que as autoridades chinesas concluam a avaliação das informações repassadas pelo Brasil. Segundo o MAPA, os dois casos confirmados são “atípicos” e não geram riscos para o consumo de carne.

Os dois casos confirmados são “atípicos”, quando não há transmissão entre o rebanho. (Foto: Luiz Ribeiro/EM/D. A Press)

Na semana passada o governador Romeu Zema demonstrou preocupação ao falar sobre a investigação de um caso da doença em Minas Gerais. O animal doente estava em um frigorífico de Belo Horizonte e já havia sido sacrificado para descarte enquanto aguardava-se o resultado do exame feito em um laboratório da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) no Canadá. De acordo com o MAPA, na sexta-feira o Brasil recebeu a confirmação do teste. Também foi confirmado um outro caso do “mal da vaca louca” em um frigorífico de Mato Grosso. Segundo o Ministério, os dois casos são “atípicos” e foram detectados durante a inspeção ante-mortem de animais que seriam descartados. Por questões de sigilo comercial, o nome dos frigoríficos onde as vacas estavam não foi divulgado.

Especialistas explicam que os casos “atípicos” acontecem quando a doença é desenvolvida pelo próprio organismo do gado, geralmente mais velho, não havendo transmissão entre os animais, não havendo risco para o comércio de carne. Apesar disso, a incerteza quanto ao consumo levou a Bolsa de Valores de São Paulo a interromper o comércio internacional do Boi Gordo na semana passada. Agora, com a confirmação dos dois casos, analistas temem por mais reflexos no mercado.

A Encefalopatia Espongiforme Bovina, conhecida popularmente como “mal da vaca louca”, é uma doença que atinge o sistema nervoso do animal podendo levá-lo à morte. Pode ser transmitida ao ser humano a partir do consumo de carne e sub-produtos do animal infectado. Apesar das confirmação dos dois casos, o MAPA afirma que o Brasil continua a ser um país com “risco insignificante” para a doença e espera que não haja impactos para o comércio. A expectativa é que as exportações para a China, suspensas desde ontem (sábado), sejam retomadas em breve.

Confira a nota do Ministério da Agricultura na íntegra:
“A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirma a ocorrência de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) – conhecida como o “mal da vaca louca” – em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG).

Estes são o quarto e quinto casos de EEB atípica registrados em mais de 23 anos de vigilância para a doença. O Brasil nunca registrou a ocorrência de caso de EEB clássica. A EEB atípica ocorre de maneira espontânea e esporádica e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados. Todas as ações sanitárias de mitigação de risco foram concluídas antes mesmo da emissão do resultado final pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá. Portanto, não há risco para a saúde humana e animal. 

Os dois casos de EEB atípica – um em cada estabelecimento – foram detectados durante a inspeção ante-mortem. Trata-se de vacas de descarte que apresentavam idade avançada e que estavam em decúbito nos currais.
Após a confirmação, na data de 3/9/2021 em Alberta, o Brasil notificou oficialmente à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), conforme preveem as normas internacionais. No caso da China, em cumprimento ao protocolo sanitário firmado entre o país e o Brasil, ficam suspensas temporariamente as exportações de carne bovina. A medida, que passa a valer a partir deste sábado (4), se dará até que as autoridades chinesas concluam a avaliação das informações já repassadas sobre os casos.
O Mapa esclarece que a OIE exclui a ocorrência de casos de EEB atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país. Desta forma, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos.”

 

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