O Compost Barn, ou “celeiro de compostagem”, em tradução livre, é uma técnica de confinamento animal já bastante difundida em países como Estados Unidos e Israel. O sistema tem ganhado espaço em propriedades rurais de Minas e gera ganhos de produtividade. Em Luz, na região Centro-Oeste do estado, uma família investiu nesse tipo de criação e comemora os bons números.
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) define o Compost Barn como um sistema de confinamento que “visa reduzir custos de implantação e manutenção, melhorar índices produtivos e sanitários dos rebanhos e possibilitar o uso correto de dejetos orgânicos (fezes e urina) provenientes da atividade leiteira”. Em propriedades que adotam essas técnicas, os animais ficam em uma área revestida com serragem, sobras de corte de madeira e esterco compostado. O objetivo é manter o local seco e garantir conforto para o gado a partir de reações química e orgânicas.
Em Luz, na região Centro-Oeste do estado, a família Braga tem uma propriedade com 333 hectares. Há quase um ano o produtor rural Rodrigo Braga resolveu apostar no Compost Barn e construiu os galpões de confinamento onde ficam as 270 vacas em lactação. “Já teve resultado. A partir do momento que você dá conforto ao animal ele corresponde. A gente vê o resultado na produção de leite e vê o quanto o gado fica tranquilo e mais produtivo”, explica Rodrigo.
Aos poucos, a produção da fazenda vai aumentando. Hoje são três ordenhas diárias e seis mil litros de leite por dia, vendidos para um laticínio em Patos de Minas, no Triângulo Mineiro. “Lógico que a longo prazo você vê o resultado melhor, mas a gente já vê o aumento da produção e ela se mantém, não tem os picos de vai e volta. Sem o sistema o gado sofre com o estresse térmico e aqui se mantém o conforto direto”, destaca o produtor rural.
Na fazenda do Rodrigo, o investimento para implantação do sistema Compost Barn foi de R$ 2 milhões e a expectativa é recuperar o dinheiro aplicado ao longo dos próximos anos, à medida que a produção de leite aumenta. O médico veterinário Ulysses Melo é o dono da empresa responsável pelo projeto da propriedade e explica que esse tipo de confinamento está crescendo em Minas Gerais.
A empresa do Ulysses executa, em média, de 15 a 20 projetos de Compost Barn por ano. Os clientes são de diferentes regiões do Brasil e apostam no bem estar animal para aumentar a produtividade do rebanho. “A gente tem estudos americanos que mostram que para cada US$ 1 investido no bem estar animal o produtor tem um retorno de aproximadamente US$ 5. Esse retorno vem de duas formas: melhora de desempenho e grande impacto na longevidade dos animais”, explica o veterinário.
Ulysses explica que esse tipo de sistema contribui para a saúde do gado. “Em um tipo de sistema convencional, a gente tem uma taxa de descarte involuntário de 30%, o que significa que a cada ano, 30% das vacas precisam ser descartadas por algum problema de saúde. Com o Compost Barn, a gente consegue reduzir isso para em torno de 20%. A gente tem uma condição de crescer o rebanho numa velocidade muito maior”, conclui o veterinário.
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