Agricultura

Consultor explica queda na produção de açúcar e prevê alta no preço

Publicado por
Washington Bonifácio

O mês de outubro já passou, mas só no calendário. A economia é como a vida no campo. A gente colhe agora o que plantou ontem. É exatamente o que está acontecendo. Devido ao baixo volume da moagem de cana no mês anterior, a produção de açúcar retraiu em 56,28% nos últimos 15 dias de outubro e atingiu 1,15 milhões de toneladas, contra 2,62 milhões de toneladas produzidas no mesmo período de 2020, conforme divulgou a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

Como a economia é uma engrenagem, a baixa produção acaba por refletir em menor oferta no mercado. E a lei de oferta e procura é clara: pouco produto, preço alto. Isto é o que preveem também os especialistas com relação ao preço do açúcar para o consumidor final.

“De julho a novembro deste ano, o açúcar subiu 28%. Vale lembrar que o supermercado trabalha com preços médios. Ele não repassa todo esse aumento para o consumidor. Portanto, tem espaço para subir mais em torno de 10% o preço do açúcar na gôndola, superando o preço do arroz,” analisa Charbel Felipe, especialista em Commodities e consultor do Uai Agro.

Charbel Felipe trabalha com commodities desde os anos 1980. (Foto: Washington Bonifácio)

Segundo o Charbel, a baixa moagem não foi o único motivo da subida de preços. De acordo com o consultor, outros motivos, como as geadas, também influenciaram.

“Nesse segundo semestre, o setor sucroenergético está passando por uma turbulência considerável. O aumento da gasolina também elevou o preço do etanol. As usinas passaram a produzir menos açúcar e priorizaram o etanol, que, neste momento, remunera mais do que o açúcar”, revelou.

A fala do especialista é endossada pelos dados. De acordo com a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), na primeira quinzena de outubro, 60,89% da cana-de-açúcar processada foram destinados à produção do biocombustível e apenas 39,11% direcionados à produção de açúcar.

Dentre os motivos, está alta do dólar. O preço da moeda americana acima de R$ 5,60 também tem sido um forte estímulo às exportações brasileiras, o que ajuda a enxugar a oferta doméstica.

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