As fortes chuvas dos últimos dias inundaram alguns campos de café e outras safras em determinadas áreas do Brasil, a última das ocorrências climáticas extremas para a agricultura do país, que incluem geadas e secas. Ao contrário de outras intempéries, a chuva pode melhorar as condições hídricas para os cafezais.
Maior produtor mundial de café, o Brasil sofreu sua pior seca em 90 anos em 2020, seguida pelas geadas severas. O excesso de chuva faz com que os frutos do café, ainda verdes, caiam, reduzindo a produção. Muita umidade também impede tratos culturais ideais, já que as máquinas não podem se mover entre as árvores, propagando com maior facilidade doenças e pragas na lavoura.
Essa umidade extra melhorou as condições em áreas de cafezais do Sul de Minas e devem beneficiar a safra de 2023, de acordo com o pesquisador da Fundação Procafé, José Braz Matiello.
“Chuva excessiva na área de café, não. Pode ter no norte de Minas, pode lavar um pouco mais o adubo, mas os cafés normalmente são plantados em áreas altas dos terrenos. No Sul de Minas, em quase em todos os lugares, não é uma cultura de baixada, que normalmente vai sofrer”, disse Matiello.
Já o cafeicultor Flávio Figueiredo de Rezende, de Varginha, explica que as chuvas se intensificaram do final de dezembro.
“Excessivas até o momento ainda não, com exceção de alguma propriedade”, afirma.
As chuvas podem contribuir no desenvolvimento dos frutos para a safra 2022, aumentando o tamanho dos grãos. Frutos maiores significam que os cafeicultores precisarão de menos grãos para encher uma saca, e eles serão de melhor qualidade.
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