Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostram que o Brasil está entre os maiores produtores e consumidores de biodiesel no mundo. No ano passado, foram 6,5 milhões de litros produzidos em usinas espalhadas pelo país. O número vem crescendo anualmente. Pra se ter uma ideia, em 2015 nossa produção não chegava a 4 milhões de litros. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) afirma que a soja representa 71% da matéria prima utilizada em biodiesel, seguida por gorduras animais e óleo de algodão.
O biodiesel é um tipo de biocombustível renovável, produzido a partir de plantas (óleo de soja, óleo de algodão, etc.) ou de animais (gordura), com a intenção de substituir combustíveis não renováveis. É usado também para compor parte de outros combustíveis. Carlos Pedrosa, doutor em Ciências, explica que “a adição de biodiesel ao diesel de petróleo vem crescendo no Brasil, sendo obrigatório desde 2008 em todo diesel produzido, atualmente essa adição é de 10% em qualquer parte do território nacional”. Carlos explica que uma das principais vantagens desse tipo de combustível renovável é a redução da emissão de poluentes na atmosfera, gerando benefícios para o meio ambiente.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, 20% do consumo do setor de transporte no Brasil é de combustíveis renováveis e, a partir da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), o país está buscando formas de aumentar a produção. “A nossa produção de biodiesel, em 2020, cresceu 8,7%. E a capacidade instalada, 9,4%, com consumo de 6,4 bilhões de litros, fazendo do Brasil o segundo maior produtor mundial desse importante combustível renovável. São 49 unidades produtivas em operação no país. O setor de biodiesel também contribui para a inclusão social com mais de 98% do volume comercializado proveniente de usinas com selo biocombustível social, o que exige a inclusão de agricultores familiares na cadeia produtiva”, explica o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, do Ministério de Minas e Energia, José Mauro Coelho.
O dia 10 de agosto foi escolhido como “dia internacional do biodiesel” devido ao trabalho do engenheiro franco-alemão Rudolf Diesel. Em 10 de agosto de 1893 Diesel utilizou o primeiro motor movido à combustão de óleo de amendoim. Com o sucesso da experiência, anos depois, ele registrou a patente para utilização do primeiro motor desenvolvido para trabalhar com óleo vegetal.
A data serve para lembrar a importância desse tipo de combustível e as vantagens para o meio ambiente, incentivando o aumento da produção e do consumo.
O uso do biodiesel no Brasil está crescendo, mas ainda esbarra em algumas dificuldades. Uma delas é o preço. O litro do biodiesel nas usinas é quase três vezes maior que o diesel de petróleo vendido nas refinarias.
Carlos Pedrosa, doutor em ciências, também afirma que o país precisa rever a legislação sobre o assunto, já que atualmente não é permitido usar diesel em carros de passeio. Além disso, ele chama atenção para o desafio de aumentar a produção de biodiesel sem comprometer a agricultura, já que “o aumento de áreas cultiváveis para a produção de biocombustível reduz a área para a produção de alimentos, consequentemente, diminuindo a segurança alimentar do país”, finaliza.
Apesar dos desafios, o cenário é promissor. “Para o ano corrente de 2021, a expectativa é muito positiva. Com o avanço da vacinação, teremos a diminuição das medidas de restrição à mobilidade, o crescimento da economia e, consequentemente, o aumento do consumo de combustível. Importante ressaltar também a recente aprovação, no Conselho Nacional de Política Energética, do Programa Combustível do Futuro. Esse novo programa promoverá uma ainda maior inserção dos biocombustíveis em nossa matriz energética. Não só no modo rodoviário, mas também no aquaviário e aéreo. Além do desenvolvimento de tecnologia veicular nacional que privilegia a vocação do Brasil na produção e no uso da bioenergia”, destaca o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, do Ministério de Minas e Energia.
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