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Melhoramento genético de abelhas é implantado em Minas

Inédito e gratuito, projeto leva melhoramento genético a colmeias mineiras

Ovos de abelha
Abelhas rainhas em fase embrionária. (Foto: Divulgação)
Washington Bonifácio
2 de maio de 2022
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Apicultores mineiros vão receber, gratuitamente, 5 mil abelhas-rainha, com genética superior, para aprimorar a produção de mel e derivados. O foco é aumentar a qualidade do produto e a sustentabilidade do negócio.

Essa é a base do Projeto de Melhoramento Genético na Apicultura, iniciativa inédita no Brasil. Oferecido pelo Sistema FAEMG, por meio do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), ele beneficiará produtores do Sul e Norte de Minas, onde a apicultura vem avançando como forte destaque econômico. A perspectiva é a de que, até o início de 2023, essas regiões já tenham um banco de genética adequado para a produção local.

larvas de abelha

Transferência das larvas de colônias selecionadas para as cúpulas de plástico. (Foto: Divulgação)

Laboratório itinerante

Um veículo adaptado está funcionando como um laboratório itinerante para a ação. A jornada começou no dia 18 de março, em Varginha, aproveitando a primeira florada do ano, e chegará a São Domingos do Prata no dia 9 de maio e a Santa Bárbara no dia 10. O veículo está equipado com bancada de trabalho, iluminação apropriada, ar-condicionado e umidificador de ar, gerador, estufa e barreira sanitária com pia e lavabotas.

A unidade móvel representa a solução para algumas das dificuldades mais comuns da produção de rainhas em escala comercial. A maior delas é a transferência das larvas das colônias selecionadas para as cúpulas de plástico ou de cera de abelha.

Veiculo itinerante

O projeto irá percorrer, neste veículo, todo o estado de Minas Gerais. (Foto: Divulgação)

O manejo com as larvas tem que ser realizado preferencialmente em ambiente com temperatura e umidade controladas, para não prejudicar o desenvolvimento do animal. Geralmente, produtores de geleia real e de rainhas possuem minilaboratórios perto de seus apiários para realizar esse manejo. Contudo, em um trabalho de extensão rural, isso não é viável. Ter um laboratório móvel inclusive viabiliza atender apicultores em regiões remotas.

Entenda como nasce uma rainha superior

O zootecnista e consultor máster das cadeias de Apicultura e Agroindústria do Programa ATeG, Arnaldo Maurício Correa Neto, será o responsável por acompanhar o desenvolvimento da iniciativa. Ele explica que a rainha comum não passou por nenhum monitoramento sobre índices produtivos. Já a geneticamente melhorada, passou por análise e apresenta os melhores números, principalmente quanto à produtividade da colônia e higiene.

“Essas rainhas fornecem as larvas que irão produzir as novas rainhas, para serem distribuídas aos produtores. Esse animal selecionado oferece uma produtividade de mel e própolis maior que a média dos enxames brasileiros atuais.”

Os alunos vão aprender a manejar as abelhas de alta performance. (Foto: Divulgação)

O melhoramento começa pela seleção das colônias com maiores índices produtivos nas regiões que serão atendidas. O especialista explica que, em uma segunda fase, será feito um programa estadual de melhoramento genético com análise estatística e inseminação artificial de abelhas, utilizando as colônias com melhores resultados no primeiro ano do programa para serem fornecedoras de rainhas e zangões para a formação da primeira geração.

A coordenadora do Programa ATeG Apicultura do Sistema FAEMG, Paula Lobato, diz que a unidade móvel atenderá apiários de recria que foram previamente selecionados e preparados para receber as larvas e produzir as rainhas pelo método de transferência de larvas.

“Após nove dias do processo de transferência de larvas, a unidade móvel irá voltar aos apiários para coletar as realeiras produzidas, que serão distribuídas aos produtores atendidos pelo programa ATeG. Antes de receber essas rainhas, todos eles serão treinados pelos técnicos de campo para orfanar as colônias e a introduzir corretamente as realeiras com o protetor West”, concluiu.

Bons negócios

Com crescimento ano após ano, a produção de mel tem transformado a vida dos produtores rurais em diversas cidades. Os apicultores contam com o apoio do Sistema FAEMG / SENAR / INAES / Sindicatos para dar seus primeiros passos na atividade e evoluir suas práticas de produção.

“Acreditamos e apostamos na apicultura como agente de desenvolvimento e transformação. Este projeto é inédito e vai aumentar a produção, produtividade, rentabilidade e melhorar a qualidade de vida de todos os apicultores”, disse o superintendente do Senar Minas, Christiano Nascif.

O curso em São Domingos do Prata será no dia 09/05 (Segunda-feira), a partir de 8h, no Parque de Exposições Paulo Rolla Perdigão.

Em Santa Bárbara será no dia 10, das 8h às 12h, na Associação Comercial de Santa Bárbara (ACISB).

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