Pecuária

MG sedia estudo inédito sobre efeito dos gases estufa na criação de peixes

Publicado por
Vivia de Lima

O estudo nomeado “Emissões de gases de efeito estufa (CH4, N2O E CO2) por pisciculturas no estado de Minas Gerais: entender os fluxos para produzir de forma mais sustentável” é coordenado pelo professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Nathan Oliveira Barros. O acompanhamento e a coleta de dados começaram, em fevereiro, no Campo Experimental da Epamig em Leopoldina, que disponibiliza os tanques de piscicultura.

A proposta é conhecer e mitigar o impacto ambiental da piscicultura em Minas Gerais, que é um dos principais estados produtores do Brasil. Como hipótese, o grupo avalia que a emissão de gases pelo ciclo de produção em pisciculturas é muito maior do que se considera atualmente, mas ainda menor do que a produção de outras fontes de proteína animal no estado. A expectativa é contribuir para a geração de informações mais precisas sobre a atividade, além de apontar fatores controladores e sugerir boas práticas de manejo.

Variáveis que vão ser avaliadas

De acordo com a  Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), o projeto é pioneiro e vai dar origem a outros em que os pesquisadores vão avaliar diferentes sistemas produtivos, não somente tanques escavados, mas também tanques-rede e tanques suspensos, com recirculação ou não, além de tanques de diferentes densidades de peixe. “Há uma série de variáveis que o grupo pretende avaliar para melhorar a precisão dessa pesquisa, inclusive no comparativo com outras atividades, como bovinocultura, suinocultura e avicultura”,  destacou Giovanni Resende, representante da Epamig.

O professor Nathan Barros justifica que não existem muitos estudos sobre os impactos dos gases gerados pela piscicultura. “Estudos de emissão de gases de efeito estufa em sistemas aquáticos continentais vêm aumentando na última década, principalmente em reservatórios. Contudo, pouca atenção tem sido dada aos pequenos lagos, incluindo tanques de piscicultura. Esses ambientes geralmente são classificados como ricos em nutrientes, e conhecidos por emitirem mais metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) do que os grandes lagos”.

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