Plantar outro tipo de cultura nas ruas de café é até uma orientação dos especialistas porque aumenta a forragem, previne erosões e repõe nutrientes no solo. Porém, a indicação é sempre que se plante leguminosas de porte baixo e que tenham o ciclo curto.
Com a saca do milho chegando a 100 reais, muitos produtores, principalmente da Região das Matas de Minas, no Leste do Estado, plantaram essa cultura em consórcio com o café.
O Portal Uai Agro conversou com o Engenheiro Agrônomo da Syngenta, Felipe Ruela, que atende uma cooperativa da região e explicou os cuidados ao consorciar as duas culturas.
“O milho é uma cultura exigente em nutrientes, principalmente o nitrogênio. O produtor basicamente não muda a adubação que ele faz no café. Dá uma adubadinha no milho e no café vai aquela quantidade normal. Daí o milho extrai os nutrientes que eram para o café e prejudica no enchimento dos grãos. Eu concluo que quando o produtor não aduba as duas culturas da maneira correta ele pode ter problema”, disse Felipe
Neste ano, os cafeicultores Região das Matas de Minas, plantaram milho em grande escala nas lavouras de café. Conversamos com o Vinícius Fassarella Modenesi, engenheiro agrônomo da Coocafé, uma das maiores cooperativas de café da região, para entender como têm sido trabalhadas as duas culturas.
O profissional assume que o consórcio nas áreas dos cafeeiros é uma importante opção de negócio para os cooperados. Segundo Fassarela, a recomendação é a de que a principal cultura secundária seja o feijão, porém todos já perceberam a predileção do cafeicultor pelo o consórcio do milho.
“A cultura do milho recebe uma atenção especial quanto à necessidade de realização de adubações específicas para a cultura, devido ao fato da mesma, ser uma espécie de gramínea e possuir maior eficiência na extração de nutrientes do solo. Assim, é de grande importância a realização de análise de solo e posteriormente o cálculo de adubação de semeio e de cobertura, com o objetivo de desenvolver a cultura do milho sem prejuízos às lavouras de café”
Para finalizar, a expectativa do representante da Coocafé é a de que nos próximos anos aumente o número de áreas de plantadas pois a demanda de milho na forma de silagem e grãos tem aumentado nas regiões de atuação da cooperativa. Por isso, a empresa investe em orientação para que o produtor não sacrifique a principal cultura que é o café.
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