A Semana do Meio Ambiente foi marcada por um nascimento mais que especial na Região das Matas de Minas. Dois filhotes de muriquis-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) nasceram na Mata do Sossego, em Simonésia. A área é uma unidade de preservação ambiental e serve de lar para famílias de muriquis e outros animais.
A notícia do nascimento revelada pelos pesquisadores do projeto Muriquis do Sossego, é uma informação que traz esperança no trabalho de preservação da Mata Atlântica e de seus habitantes.
Na região existe um projeto que é executado pela ONG Muriqui Instituto de Biodiversidade (MIB), que há vários anos monitora a população de muriquis-do-norte da Mata do Sossego. A entidade dedica esforços pela manutenção da integridade do corredor ecológico Sossego-Caratinga, onde se localizam as reservas particulares RPPN Sossego do Muriqui e a RPPN Mata do Sossego.
A área exerce uma relevante função no equilíbrio climático e abriga riquíssima biodiversidade, além de ser o berço de dezenas de nascentes responsáveis por irrigar terras de diversas propriedades rurais de Simonésia e Manhuaçu.
O naturalista Theo Anderson, que há dez anos mora na floresta e atualmente é o administrador da Base de Campo da RPPN Sossego do Muriqui, criada por decreto estadual em 2018, acompanha o dia a dia dos muriquis e de outros animais que lá habitam. Ele comenta sobre a emoção de presenciar uma das fêmeas que há nove anos viu nascer, dar luz a um belo filhote.
“Trata-se de uma espécie em que existem menos de 1.000 exemplares na natureza nos 10% restantes da Mata Atlântica. Cada indivíduo conta e muito no processo de perpetuação da espécie que está na categoria de criticamente em perigo de extinção. É uma satisfação, emoção e privilégio poder fazer esse registro, ainda mais porque o grupo de muriquis do Sossego é pequeno e muito difícil de ser monitorado por causa da extensão da floresta e de estar em uma topografia altamente montanhosa”, revelou o pesquisador.
Fernanda Pedreira Tabacow, primatóloga do MIB, que coordena o projeto “Muriquis do Sossego” desde 2011, enfatiza a importância da criação das duas unidades de conservação em um contexto onde outras áreas preservadas por pequenos produtores rurais que são interligadas permitem a circulação tanto dos muriquis quanto de outros animais que ali fazem seu habitat. “Associado a preservação da fauna, devemos levar em consideração que 100 milhões de pessoas dependem das águas produzidas no Bioma Mata Atlântica, o que também dá autenticidade a tudo que é feito na Mata do Sossego. E a boa notícia do nascimento de mais dois filhotes consolida tudo que foi feito principalmente no que se refere ao monitoramento continuado com os muriquis. É uma espécie ‘guarda-chuva’ encontrada em algumas ilhas da Mata Atlântica”, concluiu a pesquisadora.
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