O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês) divulgou nesta semana um novo relatório sobre o clima no planeta e as previsões são bastante preocupantes. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirma que estamos em “alerta vermelho” e que é preciso mudar comportamentos antes que o aquecimento global “destrua o planeta” no que ele classificou como catástrofe climática. Especialistas também chamam atenção para impactos na agricultura.
Os cientistas que elaboraram o relatório estimam que o limiar do aquecimento global, com aumento de 1,5ºC em comparação à média da era pré-industrial, deve ser atingido em 2030, dez anos antes do que haviam calculado anteriormente. Nesse ritmo, com o atual nível de emissão de gases que causam o efeito estufa, a temperatura global deverá subir 2,7 graus até 2100, “ameaçando a humanidade com novos desastres sem precedentes”, alerta Guterres.
O relatório foi elaborado por 234 cientistas de 66 países. Os especialistas alertam que, nos próximos anos, muitas mudanças climáticas devem ser percebidas, incluindo ondas de calor, secas em algumas regiões e enchentes causadas pelas chuvas fortes em outros locais do planeta. Impactos que vão ser sentidos, diretamente, na agricultura em todo o planeta e podem comprometer a segurança alimentar, devido aos problemas causados na disponibilidade, acesso e estabilidade de suprimentos.
O engenheiro agrônomo Márnisson Alves, em Bom Despacho, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, analisou as conclusões do relatório e afirma que a situação é preocupante para a agricultura. “Com o aquecimento nas regiões tropicais pode ocorrer uma redução da precipitação e, por consequência, uma diminuição das terras agricultáveis. Uma ‘pequena elevação’ na temperatura, de 1 a 2ºC, pode reduzir a produtividade das culturas. Atualmente os estresses abióticos (de natureza climática) já são um dos principais problemas enfrentados pelos produtores rurais, como, por exemplo, a falta de chuva”, alerta Mérnisson.
Durante a divulgação do relatório, o secretário-geral da ONU destacou que “não há tempo nem lugar para desculpas”, se quisermos evitar uma catástrofe climática. António Guterres também disse que é preciso “unir forças” para tentar contornar a situação.
O secretário-geral fez um apelo aos países para que nenhuma nova central de carvão seja construída e destacou que é preciso acabar com a exploração e a produção de combustíveis fósseis, investindo na energia renovável.
Diante das previsões preocupantes, especialistas afirmam que só com o comprometimento coletivo vai ser possível contornar a situação e reverter os prejuízos que já foram causados ao meio ambiente. Os cientistas que elaboraram o relatório do IPCC ainda reconheceram que vai ser preciso pelo menos 20 anos, até que a redução nas emissões de gases estufa tragam benefícios visíveis na temperatura global.
O engenheiro agrônomo Márnisson Alves afirma que é preciso investir em escala global nos programas de preservação e restauração da vegetação para capturar o excesso de CO² (dióxido de carbono) na atmosfera. No que diz respeito à agricultura e à segurança alimentar, só com muito esforço de todos vai ser possível evitar problemas.
“É fundamental para os próximos anos que os países do mundo adotem e coloquem em prática estratégias que permitam diminuir a emissão de gases que aquecem o planeta. São necessárias políticas governamentais mais rígidas para controle da emissão de gás carbônico, implantação de fontes de energia renovável, incentivo a veículos menos poluentes, redução do desmatamento e queima das florestas”, conclui Márnisson.
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