O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) afirma que o Brasil tem, atualmente, mais de 25 mil produtores de alimentos orgânicos. O número cresceu 10% desde janeiro do ano passado, segundo dados do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos.
Em Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas, o biólogo Rodrigo Silveira Fonseca, de 31 anos, conheceu a agricultura orgânica ainda durante a faculdade. Depois de formado, chegou a trabalhar em propriedades onde esse tipo de cultura era realizado e aos poucos foi se aprofundando na técnica. Há um ano e meio ele e a esposa decidiram se mudar para um sítio em Capão Bacana, na zona rural da cidade.
A produção na propriedade do Rodrigo é totalmente orgânica, sem nenhum tipo de agrotóxico. A família criou um site e vende pela internet os produtos para clientes de Divinópolis e de Nova Serrana, uma cidade vizinha. “O negócio tende a crescer. Quando consome o alimento orgânico a pessoa percebe a diferença no gosto e na durabilidade do alimento. São algumas características que a gente só consegue nessa produção mais natural”, avalia o produtor rural.
O aumento da procura e consumo de alimentos orgânicos alavancou o crescimento do setor, que só no ano passado, segundo o Mapa, movimentou R$5,8 bilhões de reais no mercado nacional. A Associação de Promoção de Orgânicos (Organis) estima que a produção desse tipo de alimento aumentou 30% em 2020.
Com sinais de que esse setor deve crescer ainda mais, este mês o Mapa anunciou a liberação de R$3 milhões de reais para a Agência Nacional de Assistência Técnica e Rural (Anater) investir na capacitação de produtores de alimentos orgânicos. Além disso, o Programa Residência Profissional Agrícola, Agro Residência, vai trabalhar com atendimentos específicos para auxiliar esse público.
O Brasil tem hoje, segundo o Ministério da Agricultura, 1 milhão de hectares de área com produção orgânica. No sítio do Rodrigo, em Divinópolis, são dois hectares destinados à produção de vários tipos de verduras e hortaliças, como alface, tomate, couve, brócolis e rabanete. O manejo é alternado, permitindo o cultivo e a colheita de diferentes culturas ao longo do ano. A família resolveu aprimorar ainda mais as técnicas e aplicou os princípios de agroecologia à lavoura.
O termo “agroecologia” ainda é pouco conhecido por algumas pessoas, mas a prática de aliar a agricultura aos princípios da ecologia tem se tornado popular no campo. O objetivo desse tipo de cultura, segundo a Embrapa, é diminuir os impactos negativos da produção de alimentos sobre a qualidade da água, do solo e do ar, assim como sobre as florestas e animais. Para isso, as atividades de cultivo utilizam princípios ecológicos, para garantir uma agricultura sustentável.
No sítio da família do Rodrigo, em Divinópolis, foi implantado um sistema agroflorestal, com manejo de minhocas e matéria orgânica, pra melhorar a qualidade do solo e, consequentemente, aumentar a produção de alimentos. O produtor rural também utiliza abelhas para a polinização. Com esse método de trabalho, a variedade na produção tem agradado tanto os agricultores quanto os clientes. “O produto convencional, produzido em larga escala, com uso de agrotóxicos, não tem a durabilidade e o sabor que os alimentos agroecológicos tem. Por isso eu acredito que estamos tendo essa demanda tão grande. As pessoas estão se atentando pra isso e buscando novas experiências, pra mudar a perspectiva de vida. Não é só sobre se alimentar mais saudável, é uma mudança de objetivos”, conclui o agricultor.
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