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Pesquisadora identifica boas práticas para produção sustentável de cachaça

O trabalho da Wânia dos Santos foi registrado no livro “Cachaça Orgânica e Sustentabilidade: experiências, perspectivas e desafios”

Utilização de adubação orgânica ou compostagem na área de cultivo da cana-de-açúcar (Foto: Wânia Neves/Epamig)
Vivia de Lima
2 de agosto de 2021
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Wânia dos Santos Neves é pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Na última semana, ela esteve em duas cachaçarias na cidade de Piranga, na Zona da Mata mineira, para identificar e descrever técnicas para reduzir os impactos ambientais e aumentar a sustentabilidade, sem interferir na qualidade do produto. “Depois de visitar a Fazenda Boa Vista, onde é produzida a Cachaça Vale do Piranga, e de ter contato também com o produtor da Cachaça Pirapetinga, Tancredo Furtado, percebi que as práticas adotadas vão de encontro a um dos pilares da agroecologia, que é a sustentabilidade”, explica.

De acordo com a pesquisadora, as práticas adotadas devem valorizar o uso eficiente e a preservação dos recursos naturais, a melhoria da qualidade do solo, o aumento da biodiversidade. Além disso, é preciso levar em conta a utilização de práticas agroecológicas para o manejo de pragas, doenças e plantas daninhas e o uso de material propagativo de qualidade e de boa procedência. No caso das duas propriedades acompanhadas inclui ainda o aproveitamento de vários subprodutos.

O trabalho da Wânia dos Santos foi registrado no livro “Cachaça Orgânica e Sustentabilidade: experiências, perspectivas e desafios”, que faz parte do volume 4 do livro eletrônico “Agroecologia: métodos e técnicas para uma agricultura sustentável”, disponível para download gratuito no site da Editora Científica. Uma circular técnica sobre o tema está em fase de elaboração e vai descrever atividades e práticas sustentáveis no processo produtivo da cachaça.

Práticas sustentáveis

Os produtores Sérgio Maciel e Tancredo Furtado participaram da elaboração do artigo, compartilhando experiências e as rotinas das suas propriedades. “Comecei a ajudar meu pai, que produzia cachaça desde 1975. Percebi que havia pouca literatura sobre o tema e propus implementarmos, aos poucos, os princípios de sustentabilidade que aprendi na faculdade. Fiz cursos, e há cinco anos assumi a gestão do alambique. Hoje me dedico integralmente a isso”, conta Sérgio Maciel, produtor da Cachaça Vale do Piranga.

Já Tancredo Furtado iniciou na atividade há cinco anos, com a intenção de produzir cachaça orgânica para exportar para o Canadá. Antes de construir seu próprio alambique, ele produzia em parceria com Sérgio Maciel. Atualmente, seu alambique é registrado como totalmente orgânico, em conformidade com as normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e com as exigências dos institutos estaduais de Agropecuária.

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