O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai apresentar no fim do mês durante a Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP 26) detalhes do plano chamado ABC+. O objetivo é criar mecanismos para reduzir a emissão de carbono do setor agropecuário e mais de 1 bilhão de toneladas.
O Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (ABC+) apresenta metas para o período de 2020 a 2030. No planejamento está o uso de tecnologias sustentáveis, além da ampliação do tratamento de resíduos de animais. “Temos uma das mais ambiciosas políticas públicas da agropecuária do mudo, que traça metas ousadas para aprimorar a sustentabilidade da produção brasileira ao longo da próxima década e manter o agro na vanguarda dos esforços de enfrentamento da mudança do clima”, pontua a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.
O ABC+ é a segunda etapa do plano, que foi realizado entre 2010 e 2020 com resultados expressivos. Na primeira fase do projeto, foram 170 toneladas de carbono a menos. Para atingir as metas propostas para a próxima década, o Mapa quer ampliar o uso de tecnologias de produção sustentável. “Todas as tecnologias propostas no Plano ABC+ atendem o tripé da sustentabilidade em seu fator ambiental, social, econômico. Por isso, há o incentivo para uma maior produtividade com efeito poupa-terra”, explica Fabiana Villa Alves, coordenadora de Mudanças Climáticas do Mapa.
O uso de tecnologias para produção agrícola sustentável usa o conceito de paisagens integradas e pode ser aplicado de várias formas. Na criação de carne bovina, por exemplo, o uso de ração para alimentação do gado faz com que os animais atinjam mais rapidamente a idade e peso para o abate, reduzindo a quantidade de gases emitidos.
O plano ABC+ também prevê a expansão de 4 milhões de hectares em plantações florestais, recuperando áreas degradadas. Outra solução tecnológica apresentada no planejamento é o uso de microorganismos a partir de bioinsumos. De acordo com o Mapa “os microrganismos atuam não apenas para a fixação biológica de nitrogênio, mas também como promotores do crescimento de plantas, além de melhorar a fixação e ou disponibilidade de nutrientes no solo e como predadores naturais no controle biológico. A proposta de aplicação para essa tecnologia, até 2030, é de 13 milhões de hectares”.
A aplicação dos conceitos de produção sustentável traz inúmeros benefícios para os produtores rurais. Os sistemas se tornam amis adaptados ao clima e gera impactos econômicos e sociais, aumentando a produtividade das lavouras, reduzindo perdas e gerando emprego e qualidade de vida no campo.
“A sustentabilidade era vista como um cobenefício há algum tempo, mas hoje é uma condição sine qua non para um caminho sem volta na agropecuária. Ao aumentar a sustentabilidade a partir do uso de tecnologias adequadas, consequentemente, se aumentará a produção”, finaliza o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Fernando Camargo.
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