De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fechou outubro com alta de 1,20%, o que equivale a 0,06% a mais do que setembro. Foi a maior variação mensal desde 1995. No ano, o IPCA-15 já acumula alta de 8,30%. O setor de alimentos ajudou a puxar o aumento.
O IPCA-15 é um dos indicadores que medem a inflação de produtos e serviços comercializados no varejo. O aumento do IPCA mostra que os itens analisados ficaram mais caros no período analisado. Em setembro houve alta em oito dos nove grupos pesquisados. O setor de transporte foi o maior responsável pela variação, com 2,06% de alta. A alimentação subiu 1,38%.
A alta no setor de alimentos foi puxada, principalmente, pela alimentação em domicílio. O preço das frutas também subiu e o IPCA ficou em 6,41%. O queijo (3,94%), o frango inteiro (4,20%), o café moído (4,34%) e o frango em pedaços (5,11%) tiveram alta nos preços em outubro.
Entre os itens analisados pela pesquisa, houve queda nos preços da cebola (-2,72%), do arroz (-1,06%) e das carnes (-0,31%). O destaque do mês ficou com o tomate, que teve alta de 23,15%.
Em Carmópolis de Minas, na região Centro-Oeste do estado, maior polo produtor de tomates em Minas Gerais, os agricultores afirmam que a alta de preço ainda é reflexo das geadas que destruíram parte das plantações em julho. De acordo com a Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros de Carmópolis de Minas (APHOCAM), as chuvas registradas das últimas semanas também atrapalham a colheita, encarecendo o produto.
“Outro fator importante é a falta de mão de obra, que tem sido determinante para o tamanho da área plantada. Além disso, a alta no preço dos insumos e até a escassez de alguns produtos usados nas lavouras também contribuíram para o aumento dos preços. E vai um bom tempo pra normalizar, não vejo previsão de redução dos preços, por enquanto. Pode ser até que encareça um pouco mais”, alerta Adalto Azevedo Costa, tesoureiro da APHOCAM.
O IPCA-15 analisou preços entre 15 de setembro e 13 de outubro comparados com os vigentes entre 15 de agosto e 14 de setembro. O indicador abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia.
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