Produção das lavouras de milho será a menor em dez anos, diz consultoria

A AGRural, consultoria especializada no mercado de grãos, divulgou nesta semana uma nova previsão sobre a safra de milho na região Centro-Sul do Brasil. A estimativa é que a segunda safra não ultrapasse 51,6 milhões de toneladas, uma redução de 3 milhões de toneladas na comparação com a projeção apresentada no mês passado. A diminuição se deve, principalmente, aos impactos após geadas e secas, que prejudicaram a produtividade no campo.

Se a previsão se confirmar, a segunda safra na região deve ser 18,9 milhões de toneladas menor que a temporada anterior. “A quebra da safrinha de milho 2021 – plantada com grande atraso devido à safra de soja mais tardia – foi resultado da falta de chuva em grande parte das áreas produtoras em abril e maio e das geadas registradas do final de junho para cá”, explicou a AgRural em nota.

No mês passado, outra consultoria já havia alertado sobre o atraso na colheita de milho. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, atrás apenas dos EUA e da China. Mas neste ano, os problemas na plantação e na colheita obrigaram o país a importar o grão, para não causar impacto para o mercado interno.

Produtividade menor

De acordo com os dados da AGRural, a produtividade estimada para a região Centro-Sul é de 66,6 sacas por hectares, a mais baixa em dez anos. O reflexo disso é o aumento dos preços e diminuição das exportações de milho do Brasil. Criadores de gado que usam o grão para preparar a ração dos animais já sentiram o impacto da alta nos preços.

O levantamento da consultoria também apontou que, além de reduzir a produtividade, os problemas climáticos causaram prejuízos à qualidade dos grãos.

A AGRural também reduziu a estimativa da produção total (somando a primeira, segunda e terceira safras). A consultoria calcula que a colheita da temporada chegue a 82,2 milhões de toneladas. A previsão é significativamente menor que o total registrado na temporada anterior, que chegou a 102,6 milhões de toneladas.