Ramal ferroviário pode ligar o Noroeste de Minas ao Porto do Açu

A região Noroeste de Minas, considerada uma das novas fronteiras agrícolas do país, pode ganhar uma ligação ferroviária com o Porto do Açu, no Rio de Janeiro. A implementação facilitaria a chegada de fertilizantes importados e também seria importante para o escoamento da produção de grãos.

O ramal ferroviário Unaí-Pirapora, com 308 quilômetros de extensão, é uma antiga demanda da região e faz parte do Plano Estratégico Ferroviário de Minas Gerais (PEF) da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Seinfra. A partir de um Acordo com Cooperação Técnica com a empresa Porto do Açu Operações S/A foi analisada a possibilidade de conexão com o ramal Anchieta, no Espírito Santo, à Estrada de Ferro Vitória Minas e ao Porto do Açu, localizado em São João da Barra, no Rio de Janeiro, permitindo o escoamento de cargas no terminal portuário.

De acordo com o Governo do Estado, “foi estudada a interligação do ramal Pirapora-Unaí à linha tronco da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) que, depois de cruzar o Norte de Minas, se estende até o pátio de Pedreira do Rio das Velhas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e na sequência faz conexão com a Estrada de Ferro Vitória a Minas.”

Importância para agricultura

Segundo a Seinfra, a mesorregião Noroeste é uma grande importadora de fertilizantes agrícolas e, além disso, é uma importante área exportadora de grãos, os chamados granéis sólidos agrícolas. Para facilitar a chegada dos insumos e o transporte dos grãos para o embarque portuário, a implantação da ferrovia é de grande interesse.

O PEF foi elaborado no ano passado, como parte de um amplo planejamento do Governo de Minas para desenvolver o transporte ferroviário no estado. A ideia é que os estudos ajudem a nortear a implantação e operação de uma nova estrutura de ferrovias em Minas, tanto pela iniciativa privada, quanto organizações sociais e poder público.

A implantação do ramal ferroviário Unaí-Pirapora, com conexão com o Porto do Açu, no Rio, será uma importante engrenagem para a agricultura da região, permitindo o escoamento da produção e também contribuindo para a remineralização do solo, convertendo áreas degradadas do cerrado em solo agricultável.