A França acusou Moscou de usar o fornecimento de energia como “uma arma de guerra”, nesta terça-feira (30). O posicionamento veio depois que a gigante russa de gás, a Gazprom, reduziu as entregas a uma de suas principais concessionárias e se prepa para interromper os fluxos no oleoduto para a Alemanha, a partir desta quarta-feira (31), segundo informou a Agência Reuters.
De acordo com a Reuters, os governos europeus estão tentando encontrar uma resposta para o aumento dos custos de energia para empresas, residências e encontrar alternativas ao suprimento russo para armazenar para o inverno.
Países ocidentais temem que Moscou esteja elevando os preços do gás para tentar enfraquecer sua determinação em se opor à invasão da Ucrânia, uma tática que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, apelidou na segunda-feira(29) de terrorismo econômico. “Moscou nega que esteja fazendo isso“, disse a Reuters.
O gasoduto Nord Stream 1, o principal canal de gás russo para a Europa, tornou-se um ponto de inflamação na guerra econômica entre Moscou e Bruxelas. A Europa já está avisada de que os suprimentos serão reduzidos, pois a Gazprom desliga o Nord Stream 1 de quarta a sexta-feira para manutenção.
O porta-voz de Moscou, Dmitry Peskov, disse nesta terça-feira (30) que os problemas tecnológicos causados pelas sanções ocidentais são a única coisa que impede o fornecimento de gás via Nord Stream 1. Mas a ministra de Transição de Energia da França, Agnes Pannier-Runacher, mantém o posicionamento de que “Muito claramente a Rússia está usando gás como arma de guerra e devemos nos preparar para o pior cenário de uma interrupção completa do fornecimento”, disse ela, segundo informou a Reuters.
A Rússia está bombeando gás via Nord Stream 1 com apenas 20% da capacidade e há temores de que a interrupção desta semana possa ser estendida. “Existem garantias de que, além dos problemas tecnológicos causados pelas sanções, nada impede o abastecimento”, disse Peskov, de Moscou, quando perguntado se há garantias de que a Gazprom reiniciará os fluxos de gás via Nord Stream 1.
Os ministros de energia europeus realizarão uma reunião de emergência, em 9 de setembro, para discutir a crise. A Alemanha, a maior economia da Europa, está aberta a discutir um esquema de teto de preço no fornecimento de gás em nível europeu, disse uma fonte na Itália, citando uma mensagem de texto que o Ministro da Economia da Alemanha enviou aos colegas em toda a Europa.
A fonte disse que Robert Habeck enviou uma mensagem aos ministros de energia europeus sinalizando que Berlim estava aberta para discutir o teto de preço na reunião da próxima semana.
De acordo com a Reuters, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, vem pressionando por um teto de preço e também pediu medidas para dissociar o custo da eletricidade do preço do gás. Tal movimento permitiria que as famílias europeias usufruíssem dos benefícios da eletricidade produzida a partir de fontes mais baratas, como as renováveis.
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