Se por um lado o clima vai ajudar no bom desempenho das safras, o preço de insumos usados nas lavouras vai pesar nos custos de produção
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que o Brasil vai colher 289 milhões de toneladas de grãos na safra de 2022, um aumento de 14% em relação a este ano. Por outro lado, o custo de produção deve ser um dos maiores já registrados na história. O elevado preço dos insumos vai contribuir para esse cenário.
Colheita de soja vai ser maior que a da safra deste ano. (Foto: Nilson Teixeira / Epagri)
O clima deve favorecer a produção e contribuir para o bom desempenho das safras. Por outro lado, de acordo com a CNA, os custos com fertilizantes e defensivos usados em culturas como soja e milho devem manter a tendência de aumento em 2022. De maneira geral, a margem de lucro do produtor rural deve ser achatada. “A Selic vai continuar alta em 2022, em 11,25%, e isso traz uma preocupação muito grande para o setor em função principalmente do crédito rural oficial que tem uma parte indexada na Selic. Então já imaginamos um cenário mais complicado para tomada de crédito para o produtor”, afirmou Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA.
Clima vai contribuir para o bom desempenho das lavouras. (Foto: Sagrima)
Na avaliação do CNA, a próxima safra vai trazer uma série de desafios ao produtor rural. O principal ponto a ser acompanhado diz respeito ao abastecimento de fertilizantes. “Na questão dos fertilizantes não é algo simples. Há problemas de produção em alguns países em função da questão energética, combustíveis, logística internacional e doméstica, taxações, câmbio. Então não é apenas um fator a ser resolvido. No entanto, o risco de faltar fertilizantes para a próxima safra é muito baixo, apesar do preço para os produtores estar muito mais elevado”, complementa Lucchi.
A CNA prevê que as condições climáticas ajudem no bom resultado da safra, apesar da possibilidade de atuação do fenômeno La Niña. Outro ponto de atenção para o produtor rural é o cenário econômico, que deve influenciar no desempenho do agronegócio. As incertezas econômicas leva à expectativa de um crescimento menor do PIB (Produto Interno Bruto) do agro brasileiro em 2022. Segundo a Confederação Nacional da Agricultura, o PIB da agricultura deve fechar o ano com crescimento de 9,37%. Já para 2022 a estimativa ficou entre 3% e 5% de aumento.
