Em Dores do Indaiá, na região Centro-Oeste do estado, não chove há mais de três meses. A estiagem é a pior em quase 100 anos, segundo a prefeitura. Por conta da seca, o nível de água do Ribeirão dos Porcos baixou muito e a Copasa precisou desligar as máquinas da única estação de captação que faz o abastecimento para a cidade. A situação impactou diretamente a agricultura do município. “A situação é realmente preocupante. Fomos surpreendidos ao ver o nível de água do ribeirão e estamos acompanhando de perto pra ver as providências da Copasa para diminuir esse impacto”, afirma Lauane Oliveira, gestora de meio ambiente da prefeitura de Dores do Indaiá.
Próximo à estação de captação da Copasa no ribeirão dos Porcos, a régua de medição do nível mostra que o córrego está com apenas 10 centímetros de profundidade, muito abaixo do normal para esta época do ano. A empresa já religou as bombas da estação de captação, mas com a pouca água que resta, praticamente não há correnteza e a Companhia de Abastecimento não está conseguindo os 2600m³ diários necessários para atender Dores do Indaiá. A empresa diz que foi surpreendida com a diminuição abrupta do nível do ribeirão e afirma que comunicou os órgãos ambientais e a Polícia Militar de Meio Ambiente para descobrir o que causou a situação. Estão sendo feitos levantamentos para saber se o curso d´água foi ilegalmente represado em algum local ou se o problema é causado apenas pela estiagem. Já a prefeitura diz que a Copasa deveria ter feito obras e investido em soluções para evitar que o caso chegasse a esse ponto. “Assim que soubemos da situação do ribeirão, procuramos a Copasa e eles não souberam nos explicar o que causou a situação e nem apresentaram um plano pra resolver o problema”, lembra Emerson Correa, procurador geral do município de Dores do Indaiá.
Segundo a prefeitura, Dores do Indaiá tem cerca de 12 mil moradores na área urbana e pelo menos 1 mil na zona rural. Nas propriedades, as famílias se dedicam à agricultura e à criação de gado. Nos últimos meses, a cidade também vive um momento de crescimento das plantações de milho e soja, culturas que dependem muito do fornecimento de água.
Com a estiagem prolongada e a suspenção da captação de água pela Copasa no ribeirão dos porcos, a agricultura está enfrentando problemas. Os produtores rurais foram orientados a evitar atividades que demandem irrigação e também não estão conseguindo preparar a terra pro plantio. “A atividade já sofre pelo tempo seco, pelo sol forte e pela falta de previsão de chuvas. E sem água, fica bem mais complicado. Estamos monitorando e buscando soluções para amenizar os problemas”, pontua Lauane Oliveira.
A previsão do tempo não aponta uma trégua para a estiagem em Dores do Indaiá. Segundo a prefeitura, a cidade não deve registrar chuva em setembro. A Copasa informou, em nota, que o município foi incluído no programa Pró Mananciais, que busca formas de recuperar e preservar as nascentes e córregos da bacia do ribeirão dos Porcos, para resolver definitivamente o problema.
Enquanto isso, segundo a prefeitura, a orientação é que tantos moradores da área urbana, quanto da zona rural, façam o uso racional de água, evitem desperdício e adiem atividades que demandem um gasto excessivo de água.
A Copasa informa que o abastecimento em Dores do Indaiá foi restabelecido na tarde de quinta-feira (02/09) e está sendo normalizado, gradativamente, no decorrer do dia de hoje (03/09).
A Companhia ressalta que, na última terça-feira (31/08), ocorreu uma interrupção abrupta na vazão do ribeirão dos Porcos, manancial que atende a cidade.
A Copasa solicita à população que continue realizando o consumo racional da água, uma vez que a Companhia e a Polícia Militar de Meio Ambiente ainda estão buscando solucionar definitivamente a questão da queda abrupta de vazão do Ribeirão dos Porcos. Os órgãos ambientas responsáveis também já foram acionados.
A Copasa ressalta que já trabalha ações de melhoria da vazão na região como a implantação, em 2021, do programa Pró-Mananciais que visa recuperar e preservar as nascentes e córregos que compõem a bacia do ribeirão dos Porcos. São realizadas diversas atividades, tais como plantio de mudas, implantação de barraginhas e terraceamentos, que ajudam a água das chuvas a realizarem seu caminho natural e abastecerem os lençóis freáticos, aumentando a oferta de água mesmo em período de secas.
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