O Sistema Faemg começou um diagnóstico da situação das lavouras atingidas pela chuva de granizo que causou prejuízos aos produtores rurais mineiros, nesta semana. No Sul de Minas, foram muitos os danos em áreas de produção agrícola. Segundo o pesquisador da Fundação Procafé, Alysson Fagundes, esta foi a maior chuva de granizo da história da região, impactando principalmente a cultura de café e outras como laranja e abacate.
Estão entre os municípios afetados ou em situação de alerta Varginha, Três Corações, Lambari, Campanha, Perdões, Três Pontas, Boa Esperança, Santo Antônio do Amparo, Campo do Meio, São Gonçalo do Sapucaí, Seritinga, Alfenas, Campos Gerais, Campo Belo, Cana Verde, Candeias, Carmo da Cachoeira e Lavras, entre outros.
Produtores da Zona da Mata mineira também foram atingidos pelas tempestades e chuvas de granizo. As cidades de Ervália, Guiricema, São Sebastião da Vargem Alegre, Paula Cândido, Coimbra, Viçosa e Muriaé contabilizam prejuízos, principalmente nas lavouras de café.
De acordo com o gerente de Agronegócios do Sistema Faemg, Caio Coimbra, mesmo sendo muitos os relatos de perdas significativas, ainda não é possível quantificar o prejuízo em cada cultura no estado, ação que deve ser realizada nos próximos dias. Segundo ele, as chuvas eram esperadas em algumas regiões para induzir a florada, no entanto, a tempestade, o vento forte e o granizo acarretaram prejuízos aos produtores rurais.
“A principal forma de se prevenir para esses casos é a contratação de seguro rural. Isso porque, em caso de sinistro, o produtor estará resguardado financeiramente. E existem técnicas agronômicas que podem ser usadas em curto e médio prazos para corrigir a lavoura afetada”, ressalta.
Para tentar recuperar parte das lavouras, a aplicação de fungicida à base de cobre para prevenir doenças, a adição de zinco e boro para estimular novas brotações, em alguns casos, e podar a lavoura são ações importantes para uma retomada saudável. “Mas, para todas as práticas listadas, é importante consultar um engenheiro agrônomo para avaliar os impactos causados e traçar os manejos apropriados a cada caso, bem como ações preventivas. Os técnicos do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema Faemg podem e vão auxiliar nessa retomada”, disse Coimbra.
A previsão é a de que o clima se estabilize, mas ainda há risco de intempéries como novas quedas de granizo, tempestades e vento forte. O coordenador do Inmet BH, Lizandro Gemiacki, explica que essas tempestades são relativamente comuns nesta época.
“Observamos esse fenômeno algumas vezes por ano, especialmente em setembro e outubro. Temos uma frente formada no litoral do Sudeste do país, que está favorecendo a convergência de umidade e a formação de nuvens no Sul e em grande parte de Minas Gerais. Podemos ter, até o final desta semana, novas nuvens com formação de granizo em alguns pontos. O Inmet monitora as condições, diariamente, para emitir alertas meteorológicos nas áreas mais favoráveis a ocorrência desses fenômenos”, explica.
Em nota, o Sistema Faemg informou que está se mobilizado para auxiliar os produtores que enfrentam dificuldades.
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