UFV desenvolve retrato da agricultura familiar em Minas

Minas Gerais possui 441,8 mil estabelecimentos de agricultura familiar, que representam 72,7% do total dos estabelecimentos rurais mineiros. É o estado da região Sudeste com o maior número de estabelecimentos da agricultura familiar e o segundo do país. Além disso, quase 87% das propriedades do segmento têm menos de 50 hectares e o setor responde por 25% do Valor Bruto da Produção Agropecuária de Minas. Os números fazem parte do retrato da agricultura familiar de Minas Gerais, discutido durante um evento virtual do Governo do estado. 

Os números integram a cartilha Um Novo Retrato da Agricultura Familiar de Minas Gerais, elaborada pela equipe do Instituto de Políticas e Desenvolvimento Sustentável, da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Os dados analisados fazem parte do Censo Agropecuário de 2017.

Responsável pelo estudo, o professor Marcelo José Braga destaca um dado que chama a atenção: o envelhecimento da população rural. “A comparação entre os Censos de 2017 e de 2006 evidencia o aumento do percentual de estabelecimentos dirigidos por pessoas com mais de 55 anos e a redução do percentual daqueles que são dirigidos por pessoas com idade inferior a 45 anos. Na faixa etária dos jovens com menos de 25 anos, a redução alcançou 40%”, detalha.

A comparação entre os censos agropecuários também mostra crescimento da presença feminina na direção dos estabelecimentos. Embora o homem ainda seja maioria na direção, a participação da mulher registrou aumento de 28% na década.

Para a assessora especial da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFV, Fabiana Melo, o segmento é o responsável por uma parcela expressiva da oferta de alimentos básicos que vão para as mesas dos brasileiros no dia a dia. “Desde o início da pandemia, a agricultura familiar tem atuado de maneira significativa no combate à fome, com aumento exponencial das vendas por meio digital”, afirma.

Na avaliação da secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, a cartilha é um importante subsídio para a reflexão sobre ações já desenvolvidas e para redefinir, caso necessário, novas diretrizes para o fortalecimento da agricultura familiar.