A Fazenda Experimental da Universidade Federal de Juiz de Fora quer recuperar as áreas desmatadas com reflorestamento de diferentes espécies nativas da Mata Atlântica. A área é de 250 hectares, mas apenas 50 deles são preservados. Até o momento, pesquisadores e estudantes da instituição plantaram 40 mil mudas nas margens da bacia, o que corresponde a 23 hectares. A iniciativa é para manter a qualidade da água. Atualmente a represa Chapéu D’Uvas é responsável por 50% do abastecimento de Juiz de Fora.
A importância ambiental da fazenda vai além da região de Juiz de Fora. O trabalho de reflorestamento que vem sendo feito vai contribuir também, em certo grau, para a redução das mudanças climáticas. As árvores que ali estão sendo plantadas vão absorver o dióxido de carbono e converter em biomassa, o que ajuda no desenvolvimento das plantas e diminui o impacto dos gases de efeito estufa.
Por trás do plantio das mudas, várias pesquisas acadêmicas vêm sendo desenvolvidas. No momento, cerca de dez trabalhos de mestrado e doutorado estão em elaboração tendo como foco as potencialidades da Fazenda Experimental. Para o professor de ecologia do ICB André Megali, o projeto tem um viés ecológico mais profundo, que transpassa o reflorestamento, já que há estudos voltados também para a fauna e questões hídricas.
O projeto tem uma grande importância ecológica e acadêmica, mas também tem um potencial econômico relevante. A ideia é, no futuro, termos ali uma capacidade de produção de mudas para projetos de reflorestamento de Áreas de Proteção Permanente (APPs); pode ser trabalhada também a questão de agrofloresta em toda região. Assim, você consegue restaurar a área de mata com fins econômicos para produção e cultivo de frutas inativas e trazer algum benefício econômico para as pessoas que ali estão”, destaca André.
O Raízes para o Futuro é uma iniciativa do Núcleo de Integração Acadêmica para Sustentabilidade Socioambiental (Niassa) do ICB, desenvolvido em parceria com a concessionária Via 040 e o projeto BEF-Atlantic, que faz parte de uma colaboração entre o Niassa e a Universidade Técnica de Munique (TUM). O trabalho de planejamento e plantio das mudas teve início em outubro de 2021.
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