O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou esta semana que os frigoríficos brasileiros suspendam a produção de carne destinada à exportação para a China. A decisão foi tomada em meio a um impasse que já se arrasta há mais de um mês, desde que foram confirmados casos de Vaca Louca no Brasil.
No início do mês passado a exportação de carne bovina para a China foi suspensa depois da confirmação de dois casos de Vaca Louca. Os dois países possuem um protocolo sanitário que prevê que essa medida seja tomada em situações assim. Normalmente a suspensão é temporária, até que os chineses analisem os resultados de exames e informações enviadas pelo governo brasileiro. Mas, desta vez, já são mais de 50 dias com exportações suspensas.
Esta semana o governo dos dois países conversaram a respeito de uma solução para o impasse, mas ainda não chegaram a um consenso. A Ministra Tereza Cristina anunciou que uma comitiva do Mapa deve ir até a China para tentar resolver o problema. Na decisão desta semana o ministério estabeleceu regras para os frigoríficos estocarem o produto que seria exportado e está parado. “Autorizar, temporariamente, pelo período de 60 dias, que os fabricantes de carne bovina habilitados a exportar para a China realizem a estocagem de produtos bovinos congelados, fabricados anteriormente à suspensão da certificação sanitária internacional de produtos para a China em 4/9/2021 com destino a esse mercado, em contêineres dotados de equipamentos geradores de frio, nos pátios internos de habilitados à exportação para a China”, diz um trecho do ofício.
Com as exportações de carne bovina para a China suspensas há mais de 50 dias, toneladas do produto deixaram de ser vendidas para o país, que é um dos maiores compradores do Brasil. Outro fator que impacta diretamente na situação é a alta do dólar. Com a alta da moeda americana, para os frigoríficos é mais vantajoso vender no exterior.
A oscilação do preço da arroba do boi tem preocupado especialistas e afeta o mercado interno. Em Divinópolis, na região Centro-Oeste do estado, o professor universitário e especialista em gestão Jefferson Thompson analisa a situação com cautela. “Estamos passando por aumentos de preços consecutivos. Quem produz a carne está com mais interesse em exportar a carne do que vender internamente. No mercado consumidor interno, para que a gente possa consumir a mesma carne, nós temos que estar dispostos a pagar o preço que é pago pelo mercado externo. Isso impacta negativamente no bolso do consumidor e impacta positivamente no bolso do produtor”, explica o professor.
O consumidor brasileiro está apreensivo com a situação e ansioso pela redução do preço da carne, mas não há sinalização de que isso deva acontecer a curto prazo. Como os frigoríficos brasileiros ainda possuem capacidade de armazenamento e estão mantendo a carne refrigerada, aguardando a volta das exportações para a China, o preço no mercado interno não deve cair, pelo menos por enquanto.
O professor Jefferson Thompson afirma que, se a suspensão se manter por mais tempo, a capacidade de armazenamento dos frigoríficos vai se esgotar e o produto pode acabar sendo vendido no mercado interno, contribuindo para a baixa dos preços. “Se esse cenário se prolongar, o produtor tem a opção de tentar exportar para outros países ou vender no mercado interno. A realidade é que, para o consumidor local, se começar a vender para o mercado interno a queda deve acontecer, mas não é algo que acontece rapidamente”, finaliza o especialista.
A Cooxupé conquistou o primeiro lugar entre as cooperativas do ramo agropecuário no Anuário 2023 Ler Mais
O Brasil exportou 2,991 milhões de sacas de 60 quilos de café em julho Ler Mais
Inscrições podem ser feitas online Ler Mais
Veja o quanto já foi disponibilizado pelo Funcafé aos cafeicultores Ler Mais
Café é líder das exportações do agronegócio mineiro Ler Mais
Como estão os números da colheita de café, segundo consultoria Ler Mais