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Entidades aprendem evitar desperdício de alimentos

A ação educativa envolveu 26 entidades beneficiadas pelo Banco de Alimentos de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce

Entidades aprendem a evitar desperdício de alimentos. (Foto: Divulgação)
Washington Bonifácio
18 de julho de 2022
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A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento (Sema) e o Sesc ministraram uma palestras para representantes de 26 entidades socioassistenciais de Governador Valadares beneficiadas pelos programas Banco de Alimentos e Mesa Brasil Rio Doce do Sesc.

A palestra faz parte de um calendário de ações educativas e formativas definidas pela parceria entre a prefeitura, o Sesc e instituições de ensino superior (UFJF/Univale e Instituto Federal) para o repasse de informações e a capacitação das equipes das entidades beneficiadas.

Nutricionistas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)/campus Governador Valadares falaram sobre o problema da fome no país e a importância de se evitar o desperdício de alimentos e garantir a segurança alimentar das pessoas. O evento aconteceu no auditório do Sesc.

Programa Banco de Alimentos: parceria estratégica

Diretor do Departamento de Abastecimento da Sema, Josimar Correia de Araújo, explica que o programa Banco de Alimentos faz parte das políticas públicas de segurança alimentar e nutricional (SAN) da Prefeitura de Valadares. E destaca o alcance e a importância do programa. “Desde sua reestruturação em 2017, o programa já repassou mais de 370 toneladas de alimentos. O saldo é de mais de 3 mil pessoas cadastradas, em vulnerabilidade social, atendidas”, disse.

O evento tem a parceria da Sema e o Sesc, além de universidades de Valadares. (Foto: Divulgação)

O coordenador do Banco de Alimentos, Vinícius Delboni, ressaltou ainda que além da segurança alimentar, o programa no município ainda possibilita a geração de renda, ao incluir os produtos da agricultura familiar. “Os pequenos produtores participantes, ao repassarem seus produtos ao Banco de Alimentos, recebem recursos da União pelos hortifruti entregues”, comentou.

O supervisor de Serviços Sociais do Sesc, Victor Lana Gonçalves, destacou a importância da parceria do programa Mesa Brasil Sesc com a Prefeitura, por meio da Sema e o programa Banco de Alimentos. “O Sesc não contava com um braço operacional para coletar e distribuir as doações que recebíamos. Agora com a equipe da Sema/Banco de Alimentos, apontamos os doadores e conseguimos reunir e garantir a estrutura para o nosso trabalho com a distribuição de produtos industrializados e de hortifruti que não têm mais valor comercial, mas conserva o valor nutricional. Nossa parceria atua, portanto, reduzindo o desperdício e fazendo chegar o alimento a quem precisa com uma rigorosa ação de controle, avaliada pelo tribunal de Contas da União”, explicou.

Aprender mais, desperdiçar menos

A cozinheira da Casa de Apoio Acolhe Vida, no Vila Isa, que atende pacientes oncológicos e renais, Shirley Abreu Pereira, estava atenta em meio aos participantes. “Quanto mais conhecimento melhor. As doações que recebemos do Banco de Alimentos são muito importantes para mantermos uma alimentação saudável para os pacientes de outras cidades da região que ficam hospedados na Casa de Apoio e não podemos desperdiçar”, disse.

A preocupação com a formação das equipes das entidades assistidas pelo Banco de Alimentos/Mesa Brasil Sesc, em Valadares, se alinha às iniciativas para reduzir o desperdício e potencializar a segurança alimentar em todo o país.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), apresentados pelas nutricionistas da UFJF, o Brasil voltou a fazer parte do mapa da fome em 2022. Cerca de 60 milhões de brasileiros enfrentam a insegurança alimentar com dificuldades reais para conseguir o alimento. Por ano, são desperdiçados 27 milhões de toneladas de alimentos. Um montante que seria suficiente para atender as necessidades nutricionais de 11 milhões de pessoas, que corresponde a 5% da população do país.

As palestrantes apresentaram o “caminho do desperdício de alimentos” no Brasil: 10% das perdas acontecem ainda na colheita; 50% no manuseio e transporte dos alimentos; 30% nas centrais de abastecimento (Ceasas); e 10% do desperdício é diluído nos supermercados e entre os consumidores.

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