Patrocínio Logo TV Alterosa
Euro R$ 5,27
Dólar R$ 4,84
Sol com algumas nuvens. Não chove.
Belo Horizonte
23º

Europeus vivem racionamento por causa da crise energética

Tarefas como passar roupa, usar o forno e tomar banho, já foram retiradas da rotina em algumas regiões da Europa.

Se não bastasse a subida da energia elétrica, o gás também aumentou. (Foto:REUTERS/Albert Gea)
Washington Bonifácio
27 de agosto de 2022
compartilhe

A crise energética na Europa se agrava a cada dia. Com a subida dos preços, a renda média do europeu não tem dado conta de suprir todas as despesas e muitos já começaram as mudanças de hábitos para economizar.

Funciona como uma engrenagem: com o período estiagem, o nível d’água nos reservatórios diminuiu, com isso passou-se a gerar menos energia. Automaticamente o preço pago pelo serviço subiu e o bolso do consumidor sofre.

Na cidade de Grimsby, no Leste da Inglaterra, Philip Keetley não liga mais o ventilador em casa. Ele viu que não pode pagar pelo serviço.

“O custo de vida aumentou e, no entanto, ainda se espera que você viva com o dinheiro fornecido quando não havia uma crise … Eu posso ligar o aquecimento ou comer”, disse Keetley.

Sobe também o gás

Além da subida da energia elétrica, por causa da crise hídrica, os cidadãos europeus também estão voluntariamente tomando medidas para reduzir o consumo à medida que os preços do gás e o combustível disparam devido à guerra na Ucrânia, sanções à Rússia e as consequências da pandemia de coronavírus.

Segundo a Reuters, o preço de referência do gás europeu subiu 550% nos últimos 12 meses. O custo da energia para os consumidores britânicos aumentará 80% a partir de outubro, disse o regulador Ofgem no fim desta semana. Isso vai elevar as contas domésticas médias anuais para 3.549 libras (4.188 dólares).

Os consumidores estão tendo que fazer escolhas superar a crise. (Foto: REUTERS/Nigel Roddis)

Os governos europeus correram para oferecer ajuda, mas os dados mostram que a assistência não fez uma diferença significativa para as famílias.

Neste inverno, os britânicos gastarão em média 10% de sua renda familiar em gás, eletricidade e outros combustíveis para aquecimento, bem como combustíveis para veículos domésticos, principalmente gasolina e diesel, o dobro do valor em 2021, de acordo com os cálculos de dados oficiais da Carbon Brief.

Comer ou aquecer, eis a questão

Keetley, que falamos no início da reportagem, perdeu o emprego em abril e vive com 600 libras de uma previdência privada que convertida chega a 706,44 dólares, por mês. Metade deste valor já fica no aluguel, disse ele a Reuters, com o restante é difícil cobrir o essencial. O desempregado agora faz uma refeição por dia, e, apesar de reduzir ao mínimo o consumo de energia, gasta mais de 15% da renda em contas deste tipo.

Um terço dos lares do Reino Unido reduziu o uso de fogão e forno, mostrou um estudo do Financial Fairness Trust, um terço reduziu o número de banhos que tomam e metade diminuiu a temperatura nas casas.

“As pessoas estão fazendo muito para tentar manter suas contas baixas, mas elas estão subindo de qualquer maneira. É por isso que queremos ver mais ações do governo”, disse Jamie Evans, pesquisador associado sênior da Universidade de Bristol.

Dawn White, de 59 anos, mora no sudeste da Inglaterra. Ela tem insuficiência renal e teme que os custos crescentes de energia da Grã-Bretanha a impossibilitem de pagar pelo tratamento que salva a vida dela.

“Sem minha máquina de diálise cinco vezes por semana eu vou morrer”, disse White à Reuters.

compartilhe