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Exportação de frutas: recorde de 2021 não se repetirá em 2022

É o que revelou uma pesquisa publicada pelo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP.

Mangas maduras em um caixote
Foto: SENAR
Washington Bonifácio
10 de novembro de 2022
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Em 2022 as exportações brasileiras de frutas frescas não sustentarão o recorde obtido no ano anterior, como avalia a equipe da revista Hortifruti Brasil, uma publicação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP.

Em 2021 as exportações atingiram um recorde tanto em volume quanto em receita. Os resultados foram favorecidas pelos avanços comerciais e produtivos do setor. Trazendo para a realidade atual, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou a todos os destinos 614 mil toneladas na parcial deste ano (de janeiro a setembro), queda de 16,7% em relação ao mesmo período de 2021.

Em receita, foram arrecadados quase US$ 585,5 milhões, recuo de 16,1% na mesma comparação. Ainda que os últimos meses do ano sejam, tradicionalmente, de envios intensos de importantes frutas da pauta de exportação brasileira (como manga, melão, melancia e uva), o setor não espera recuperação total do menor desempenho registrado até agora.

Motivo da baixa exportação

Segundo os pesquisadores, dentre os principais motivos que vêm limitando o escoamento de frutas ao mercado externo estão a menor oferta doméstica, dificuldades logísticas, margens apertadas e a guerra no leste europeu.

No caso da oferta, o clima desfavorável, neste ano, prejudicou a produção de muitas frutas no Brasil, o que reduziu a disponibilidade ao mercado externo. Quanto à logística, agentes relataram faltas de contêineres e de navios e aumentos nos preços dos fretes marítimos e aéreos. As margens, por sua vez, foram pressionadas pelo fato de os preços de negociação da maioria das frutas não ter sido reajustado na mesma proporção do avanço verificado para os custos. Além disso, o câmbio também está limitando a rentabilidade do exportador em 2022.

Em relação à guerra, o embargo econômico de diversos países à Rússia (devido à invasão à Ucrânia) gerou excedentes de produção de frutas nos tradicionais compradores do Brasil, como a União Europeia. Além disso, a guerra impulsionou os preços dos fertilizantes, elevando os custos de produção no Brasil e limitando a competitividade de algumas frutas.

 

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