O experimento envolve o descarte correto das águas usadas nas moradias rurais, vindas de banheiros, cozinhas e tanques de lavar roupas
A Emater-MG, prefeitura e Universidade Federal de Itajubá (Unifei) estão incentivando cuidados com o meio ambiente através de um projeto-piloto de fossas ecológicas numa propriedade rural de Itajubá, no Sul de Minas. O experimento envolve o descarte correto das águas usadas nas moradias rurais, vindas de banheiros, cozinhas e tanques de lavar roupas.
No Sítio Bom Retiro, a construção de uma fossa ecológica para a coleta de dejetos do banheiro da casa de agricultores familiares foi finalizada há cinco meses. Segundo a produtora Heleny Mendes dos Santos, eliminou um problema que durava mais de 40 anos: o despejo de águas do vaso sanitário, no Ribeirão José Pereira. O curso d’água, que corta várias propriedades dessa área rural, deságua no Rio Sapucaí.
“Moro aqui há 44 anos e isso me incomoda muito, pois não acho legal jogar no rio. A gente tem de pensar nas crianças. Tenho um casal de netos e imagino como seria a vida deles sem água potável. Temos de pensar nas gerações futuras. Não podemos mais poluir o rio. Precisamos favorecer a saúde das pessoas que virão”, argumentou.
A agricultora também construiu o sistema de tratamento para águas cinzas, originárias de pias, tanques e chuveiros, usando o círculo de bananeiras. A tecnologia usada na construção dessas fossas ecológicas é conhecida como Tanque de Evapotranspiração (Tevap), e pode ser feita com o reaproveitamento de pneus, restos de obras e pedras.
Considerada uma tecnologia social, o Tevap é objeto de estudo do projeto “Time Enactus Unifei Itajubá”, que envolve um grupo de 22 estudantes da Unifei. A intenção é alcançar alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) como: saúde e bem-estar; água potável e saneamento; além de redução das desigualdades.
