Outros estados brasileiros já formalizaram a produção, mas Minas é pioneiro na regulamentação do produto artesanal
De forma inédita, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) reconheceu o Queijo Minas Artesanal na variedade de Casca Florida (QMACF). O alimento com “casca florida” conta com a presença de fungos filamentosos, popularmente nomeados de mofos ou bolores.
Para o secretário da pasta, Thales Fernandes, trata-se de uma vitória para as queijarias de Minas Gerais, já que é um pedido antigo dos produtores deste tipo de queijo artesanal, produzido a partir do leite cru, com utilização de soro-fermento (pingo), sem que seja realizada uma raspagem da casca.
“Esse reconhecimento era, talvez, a principal demanda do setor nos últimos anos e um desafio para legisladores. Sem o conhecimento científico sobre os fungos que colonizam a casca do queijo, gerando este produto, não se sabia se o consumo era seguro. Este avanço se deu graças a pesquisas conduzidas nas universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e de Lavras (UFLA), submetidas à Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), e acompanhadas por servidores técnicos da Seapa e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA)”, comentou.
Outros estados brasileiros já formalizaram a produção de queijos industrializados com casca florida, mas Minas é pioneiro na regulamentação do produto artesanal. Inicialmente, será regulamentada apenas a presença dominante da espécie fúngica Galactomyces geotricum (também denominada Geotricum candidum ou Geotrichum silvicola). Em um futuro não tão distante, será regulamentada a dominância de outras espécies.