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“O perfil do Rio Doce mudou”, diz professor

Muitos produtores do Leste de Minas e moradores da região urbana tiveram as propriedades invadidas pela água, nesta semana

Rio Doce invadindo o bairro São Tarcísio, em Valadares. (Foto: Carla Barros)
Washington Bonifácio
10 de janeiro de 2023
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A cidade de Governador Valadares, no Leste de Minas, foi atingida por uma enchente que chegou a 3,45, invadindo áreas urbanas e rurais. Nas redes sociais, muitos questionam que a medição divulgada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), não tem tido relação com a realidade observada nas ruas e propriedades.

Conversamos com o engenheiro agrônomo, Alexandre Silvyo, professor em Recursos Hídricos na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) para entender o fenômeno das cheias. Ele disse que o perfil do Rio Doce mudou, e explicou motivo.

“Há décadas atrás, se pegarmos o histórico das enchentes, nós podemos imaginar que elas aconteciam a cada seis e sete anos. De uns anos pra cá esses intervalos caíram para dois anos e até mesmo para um ano. Ou seja, todo ano tem enchente em Valadares”, disse o professor.

Segundo o docente, a terra trazida pela ação do tempo ocupa a calha do rio e contribui para o transbordamento, no período chuvoso. Ele citou também o rompimento da barragem da Samarco.

“No meio de 2015 nós tivemos uma das maiores secas do rio Doce. O nível do rio diminuiu muito. Nesse período observamos grande quantidade de bancos de areia. Isso veio do processo erosivo da bacia”, revelou.

Confira a explicação completa:

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