Pelo quarto mês consecutivo IBGE reduz estimativa da safra brasileira, mas previsão ainda é de recorde, com 256,1 milhões de toneladas
O Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) divulgado pelo IBGE esta semana reduziu, pelo quarto mês consecutivo, a previsão da safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas em 2021. Apesar da diminuição, a colheita deve chegar a 256,1 milhões de toneladas, número recorde. Se a previsão se confirmar, a safra deste ano será 0,8% superior à de 2020.
Segundo o IBGE, a falta de chuvas e o plantio tardio da segunda safra de milho impactaram no desempenho das lavouras, o que levou à queda na previsão da safra. “O milho é plantado depois da soja e, como a soja atrasou, a janela de plantio do milho ficou menor. Já tendo sido plantada fora da época ideal e ainda tendo chovido menos do que o esperado no período do cultivo, a safra de milho foi bastante afetada pelos fatores climáticos. O rendimento médio do cereal apresenta um declínio de 16,7%”, explica Carlos Barradas, gerente da pesquisa.
Vários problemas causaram atrasos no plantio do milho, o que prejudicou também a colheita. Uma consultoria especializada divulgou, este mês, que a safra será a menor em dez anos. O levantamento do IBGE prevê que a produção do grão este ano vai chegar a 91,6 milhões de toneladas, uma queda de 11,3% em relação à safra de 2020.
Já a colheita de soja já foi concluída este ano e alcançou o melhor resultado desde que o LSPA começou a ser divulgado, chegando a 133,4 milhões de toneladas. O número é quase 10% maior que o de 2020.