Vaca que apresentou sintomas já foi sacrificada, enquanto Ministério da Agricultura aguarda o resultado de exames
O governo de Minas acompanha um caso suspeito do “mal da vaca louca”, em um frigorífico Belo Horizonte. A vaca que apresentou os sintomas foi sacrificada. Um primeiro teste feito do animal teve resultado positivo, mas o segundo foi negativo. Um terceiro exame está sendo feito por um laboratório da Organização Mundial de Saúde Animal, no Canadá.
Em entrevista à rádio CBN o governador Romeu Zema disse que acompanha o caso. “É uma preocupação muito grande. Todo o Brasil depende de exportação de proteína animal, e um fato como esse pode prejudicar, e muito, esses negócios. É um acompanhamento. Estaremos tomando todas as medidas para que, se confirmado esse tipo de ocorrência, ela fique restrita somente onde aconteceu”, disse o governador.
Após a divulgação da suspeita, o comércio internacional de boi gordo na Bolsa de Valores de São Paulo chegou a ser paralisado. O preço da arroba despencou 4%. Com temor de prejuízos, grandes frigoríficos resolveram suspender temporariamente as exportações.
As negociações de contratos futuros de boi gordo na Bolsa e no mercado físico sofreram quedas significativas. “No (mercado) físico, nós já estávamos observando um recuo nas cotações da arroba do boi gordo, em função do aumento da oferta de gado confinado em algumas praças pecuárias. Com esse caso da doença, a tendência é que o mercado continue frouxo”, avalia Alcides Torres, sócio-diretor da Scot Consultoria.
O caso investigado em Belo Horizonte é considerado “atípico”, já que se origina dentro do próprio organismo do bovino. A análise laboratorial quer confirmar a classificação e descartar a influência de fatores externos, que poderiam influenciar ainda mais na comercialização da carne para o mercado externo.
Se o resultado do terceiro teste for positivo, toda a cadeia de exportação de carne bovina pode sofrer restrições e suspensão de vendas. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ainda não comentou oficialmente o caso investigado em Belo Horizonte, mas informou que o Brasil adota todos os procedimentos de vigilância recomendados pela Organização Mundial de Saúde Animal.
A Encefalopatia Espongiforme Bovina, popularmente conhecida como “Mal da vaca louca” é uma doença degenerativa que atinge o sistema nervoso do animal. O último caso confirmado no Brasil foi em 2019, no Mato Grosso.
Segundo especialistas, o animal doente fica agressivo e sofre com falta de coordenação motora. A doença causa a morte do gado e pode contaminar o ser humano, pelo consumo de carne e subprodutos do animal infectado.