Patrocínio Logo TV Alterosa
Euro R$ 5,39
Dólar R$ 4,90
Belo Horizonte
28º 15º

Pesquisadores da UFJF irão explorar novas técnicas de reflorestamento

Serão plantadas 37 mil mudas em 23 hectares na primeira fase do projeto numa fazenda em Ewbanck da Câmara

A proposta é fazer um modelo de restauração do solo não tradicional para enriquecimento das espécies e melhoria no solo (Foto: André Amado).
Vivia de Lima
7 de setembro de 2021
compartilhe

Com o intuito de explorar novas técnicas de reflorestamento, um grupo de pesquisadores da UFJF e de instituições internacionais vão coordenar o plantio de mudas na Fazenda Experimental da UFJF, que fica às margens da represa de Chapéu d’Uvas, no município de Ewbank da Câmara, na Zona da Mata. Essa é uma das ações do projeto “Raízes para o futuro”, desenvolvido pelo Núcleo de Integração Acadêmica para Sustentabilidade Socioambiental (NIASSA) em parceria com a concessionária “Via 040” e com a Universidade Técnica de Munique (TUM). No início do mês de outubro, serão plantadas 37 mil mudas de árvores nativas em 23 hectares da Fazenda Experimental.

“Nossa proposta é trazer um modelo novo de restauração, que contemple processos ambientais que não são considerados nos modelos tradicionais. No método mais comum, plantam-se árvores que crescem rápido e que permitem recobrir o solo, numa condição que permita que aquele sistema se recomponha sozinho. Entretanto, esse tipo de plantio apresenta diversidade baixa, com uma floresta que não é totalmente funcional. Outra possibilidade é o plantio de enriquecimento no qual mais espécies são plantadas mais tardiamente, mas isso demanda intervenção humana por mais tempo”, afirmou o André Amado, professor do Instituto de Ciências Biológicas e coordenador do  projeto.

Ainda conforme Amado, a parceria com a empresa Via 040 é uma maneira de viabilizar o experimento. O plantio tradicional é uma obrigação da empresa, sendo feito nos moldes definidos pelo IBAMA. Ele é realizado em linhas e é como uma floresta organizada. Já o desenho experimental é um pouco diferente. As árvores também estão em linhas, mas elas formam um hexágono, com cada planta estando na mesma distância da outra. A única diferença entre os tratamentos será a composição das espécies que irá variar.”, conclui.

12 mil mudas

No início do mês de outubro das 37 mil mudas plantadas,  12 mil mudas serão de maneira experimental em 7 hectares dedicados exclusivamente aos experimentos dos pesquisadores.  O professor e pesquisador Leonardo H. Teixeira, da Universidade Técnica de Munique, destacou que um dos principais benefícios do plantio experimental está na preocupação com a recuperação do sistema para recobrir o solo com árvores. “Ele não deixa de ser importante, por exemplo, para controle de erosão numa área de encosta, mas é apenas uma das questões que podem compor o funcionamento do ecossistema.  No nosso caso, existem preocupações adicionais, tais como retorno de fauna e a recuperação das nascentes d’água, tendo em vista que a represa de Chapéu d’Uvas é responsável por grande parte do abastecimento de água da cidade.”

compartilhe