O Brazil International Olive Oil Competition reuniu mais de cem países da América Sul, América do Norte e Europa
O município de Baependi, que pertence ao Circuito das Águas, no Sul de Minas, também está sendo reconhecido pela produção de azeite de oliva extravirgem. Pelo terceiro ano consecutivo a Olivais Gamarra participou do Brazil International Olive Oil Competition, que reuniu em 2021 mais de cem países da América Sul, América do Norte e Europa.
O azeite mineiro Gamarra Arbequina conquistou a medalha de prata este ano. Os olivais estão localizados no Vale do Gamarra, na Serra da Mantiqueira. São 3.500 pés de oliveiras das variedades Arbequina, Koroneiki, Grappolo e Maria da Fé.
(Foto: Reprodução/Olivais Gamarra)
“Passar por um júri de concurso e levar uma medalha é a prova que estamos fazendo o nosso trabalho direitinho, pois somos os únicos olivicultores do país a utilizar prensa artesanal. O reconhecimento é muito importante”, disse a olivicultora Vanessa Bianco.
O município conta com oito olivicultores. Geralmente a colheita é entre janeiro e fevereiro, mas os azeites ficam disponíveis para venda entre março e abril.
(Foto: Reprodução/Olivais Gamarra)
“O azeite é um suco de fruta, ou seja, as azeitonas são colhidas e o líquido é extraído e prensado. Após a extração é feita a decantação e filtração; é envasado e rotulado. Cada variedade de azeitona produz um tipo diferente de azeite. A maturação do fruto também importa muito. O fruto mais verde dá um azeite com mais polifenois, é mais intenso e um pouco amargo. Já as azeitonas pretas dão um azeite mais suave e frutado”, explica.
Vanessa iniciou na atividade no final de 2006, e conta que a produção dos azeites se dá em dois olivais, um de 14 e outro de nove anos, que totalizam 8,5 hectares. O trabalho minucioso do plantio das mudas até rotulagem é fundamental para o sucesso dos azeites da marca.
“A produção de azeites exige que todo o processo seja feito de maneira a garantir a máxima qualidade. Começando pelos frutos, que precisam estar saudáveis, passando pela colheita sem danificar esses frutos e o processamento o mais rápido possível”, finaliza.
Além dos azeites extravirgens, a Olivais também produz o extrato da folha de oliveira, um suplemento alimentar que traz benefícios a saúde.
A terceira edição da Olio Nuovo Days Competition, em Paris (França), confirmou o sucesso dos azeites nacionais pelo mundo. O Bests of the Southern Hemisphere reuniu participantes da América, África e Oceania, e premiou os melhores blends e monovarietais. O azeite Monasto, de Maria da Fé, recebeu medalha de ouro, e as marcas Vertentes, de Andrelândia, e Zet, de Maria da Fé, foram finalistas.
“Quando armazenamos as azeitonas em temperaturas entre 4° e 6°C, conseguimos interferir no processo respiratório e amenizar os efeitos que poderão impactar na qualidade do produto final”, explica o coordenador do Programa Estadual de Pesquisa em Olivicultura da Epamig, Luiz Fernando de Oliveira.
A advogada Rosana Chiavassa, em abril de 2019, adquiriu a Fazenda Santa Helena, em Maria da Fé, com uma área de 10 hectares e 5.700 pés de oliveira plantados.
“Tive que aprender tudo sobre equipamentos, adubos, material para colheita e pensar em marca, rótulos, garrafinhas. Desde a concepção do projeto queria algo diferente, escolhi uma garrafa que não é convencional para azeites. Optei por um nome forte, místico e não feminino, diferenciando de grande parte dos azeites produzidos aqui na Mantiqueira. Cerquei-me de uma equipe extremamente qualificada”, conta a produtora.
Em 2021, a segunda safra do Azeite Monasto conquistou medalha de ouro em Paris e Nova York. Em Paris, a marca foi premiada também pelo design no Prix d’originalité: Uniqueness Award.
Foto: Mariana Penaforte de Assis)
Leia também: Azeites conquistam medalha.
Azeites da Serra da Mantiqueira conquistam medalha concurso internacional
