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Produção de trigo bate recorde e chega a 7,8 mi de toneladas

O aumento da produção do cereal ocorre em um período de valorização e escassez no mercado interno

Campo de trigo
Além do aumento em produção, o país contou com maior produtividade e área em relação à safra de trigo 2020. (Foto: Biotrigo/Gui Benck)
Washington Bonifácio
30 de dezembro de 2021
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O ano de 2021 encerrou com uma safra recorde de trigo. Foram produzidas 7,8 milhões de toneladas do cereal. Segundo dados divulgados em dezembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) do Ministério da Agricultura, o Brasil produziu, na safra 2021, 25% a mais do que no ano anterior.

Em sintonia com o cenário nacional, a Emater  do Rio Grande do Sul também estimou a maior produção de trigo da história do Estado, com 3,4 milhões de toneladas. A área semeada, de 1,17 milhão de hectares, foi a segunda maior da última década. Já a produtividade média de trigo no Estado cresceu cerca de 31% em comparação à safra anterior, passando de 2.207 kg/ha na safra 2020, para 2.893 kg/ha em 2021.

Superação dos agricultores

Neste cenário, há de se destacar a constante superação por parte dos agricultores, especialmente no período em que o cereal está valorizado e em escassez no mercado local, fator que ajuda toda a cadeia tritícola. É importante também destacar que algumas regiões tiveram desafios durante a safra que se encerrou. No Paraná, por exemplo, a produção ficou abaixo do esperado, mas ainda assim apresentou números relevantes.

“Havia a expectativa da produção recorde de quase 4 milhões de toneladas de trigo, porém com a ocorrência de alguns problemas climáticos, o Estado colheu 3,2 milhões de toneladas”, indica o analista de trigo do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral/PR), Carlos Hugo Godinho.

Dentre os problemas que resultaram na redução do volume colhido, estão as chuvas em pré-colheita, vistas em algumas regiões, e a ocorrência de geadas. “Mas de maneira geral, a seca foi o fator mais impactante dessa safra”, destaca Godinho.

Trigo sendo colhido

Produtores enfrentaram desafios em 2021. (Foto: Biotrigo)

De acordo com o gerente comercial para a América Latina da Biotrigo Genética, Fernando Michel Wagner, as regiões mais quentes do Brasil que semeiam trigo em sequeiro tiveram na falta de chuvas o maior desafio dessa safra.

“Além de algumas regiões do Paraná, esse cenário se repetiu no Cerrado, oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul. Junto à falta de chuvas, algumas regiões registraram excesso de umidade durante o florescimento da cultura, tendo a ocorrência de giberela, o que exigiu esforços extras no beneficiamento dos grãos e, em consequência, na comercialização”, afirma.

As regiões do Planalto Médio e dos Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, de Campos Novos, em Santa Catarina, e de Campos Gerais e sudoeste, no Paraná, foram fundamentais para que o Brasil atingisse essa safra recorde. A união do clima adequado, manejo ajustado e genética de alto potencial construíram um cenário perfeito, levando as regiões à colheita de uma safra histórica.

“Apesar de termos tido algumas regiões com colheitas abaixo do esperado, justificado pelas geadas e seca, a avaliação geral é positiva. Perder uma safra é algo frustrante para a cadeia como um todo e, mesmo com intercorrências, a comercialização desta safra segue em ritmo acelerado e em ótimos patamares”, aponta.

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