Expectativa dos proprietários é dobrar a produção até o final do ano
Em Coqueiral, no Sul de Minas, a tradição de produzir cachaça é forte e já existe há mais de 80 anos. O alambique Rozendo é um dos quatro credenciados que existem na cidade e fabrica cerca de 12 mil litros de cachaça tipo ouro por ano. A expectativa é dobrar a produção até o final do ano.
O alambique mais antigo do município é o da Cachaça Pinheiros, provinda da Fazenda Pinheiros e que há mais de dois séculos produz cachaças artesanais. Em seguida o Rainha da Lavoura, que iniciou as atividades no ano de 1946. A cachaça Quebra Canga produz a bebida desde 2003. Por fim, o ‘caçula’ da turma, o alambique Rozendo, desde 2016.
A empresa leva o nome do seu Rozendo Pereira Neto, conhecido na cidade por ‘Zinho Rozendo’, uma homenagem feita pelo genro dele, Domingos Roberto Uliana, que criou a empresa há 5 anos.
“Meu sogro gostava e muito de tomar uma cachacinha nos tempos de juventude, por isso o alambique em homenagem a ele”, contou.
O empresário conta que, depois da aposentadoria, optou por deixar São Paulo rumo à calmaria do interior.
“Depois de muito conversar com parentes que também são produtores de cachaça aqui em Coqueiral, eu e meu filho decidimos abrir o nosso alambique. Isso aqui significa tudo para mim. Eu adoro produzir e acompanhar o processo de fabricação, não me importo se estou vendendo muito ou pouco, quero o cliente satisfeito”, finaliza.
A cachaça tem graduação alcoólica de 37 a 48%, e na aguardente a graduação alcoólica pode chegar a 54%. O termo cachaça é usado para diferenciar um produto de qualidade, produzido em um alambique de cobre, ao invés de colunas de destilação, como o processo de fabricação da aguardente. A cachaça tipo ouro, como a produzida no alambique Rozendo, envelhece em tonéis de carvalho europeu e o sabor da bebida adquire tons amadeirados e fica mais suave, pois perde acidez no processo.
Segundo os historiadores, os primeiros alambiques surgiram no Brasil em meados do século 16. O sistema de fabricação da cachaça artesanal é moderno e, ao mesmo tempo, respeita a tradição. Como a safra de cana vai de maio a outubro, geralmente, o processo leva tempo.
“A cana vem para a moagem, a garapa passa no decantador e retira-se todas as impurezas, em seguida o líquido cai na sala do preparo do mosto, vai para a fermentação e, por fim, a destilação. Aqui no nosso alambique, a cachaça fica pelo menos três anos armazenada em tonéis de diferentes madeiras, antes de ser consumida”, explica Leonardo Augusto Pereira Uliana, filho e sócio do Domingos Roberto.