A operação na hidrovia foi paralisada em setembro do ano passado devido ao baixo volume de água causado pela estiagem prolongada
Foi retomada esta semana a navegação na Hidrovia Tietê Paraná. As operações estavam suspensas desde setembro do ano passado e agora foram reiniciadas de forma parcial. A expectativa é que a volta das operações impulsionem o agronegócio, facilitando o deslocamento de insumos e o escoamento da produção.
O sistema hidroviário Tietê Paraná de 2400 quilômetros de extensão navegável e liga os maiores estados produtores de soja do país. As vias passam por São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e chega ao Paraguai. É considerada a hidrovia do Mercosul. A navegação no trecho foi suspensa em setembro do ano passado. Devido à estiagem prolongada, o Governo Federal determinou o uso dos reservatórios do Rio Tietê para produção de energia, tornando inviável a navegação.
A Hidrovia Tietê-Paraná é uma importante via de transporte de insumos e também de escoamento da produção. Com a paralisação da navegação no ano passado, houve um grande impacto logístico para os produtores, que precisaram buscar outras formas de transporte, aumentando os custos. Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), o transporte de cargas pelos rios tem um frete 60% menor que o de caminhões e é 30% mais barato que o feito por trens.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo afirma que o Sindicato dos Despachantes Aduaneiros estimou perdas de R$ 3 bilhões por conta da paralisação do funcionamento da hidrovia. “A reabertura da hidrovia é fundamental para o agro de São Paulo, e nos dá perspectivas ainda melhores para este ano. Em 2021, o valor de produção agropecuária aumentou 26% no nosso Estado, o que é um índice muito representativo. A nossa estimativa é que a reabertura da hidrovia fortaleça ainda mais o setor e possibilite mais produtividade”, afirmou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Itamar Borges.
A retomada das operações na Hidrovia acontece de forma gradual, com calado inicial de 2,4 metros. A expectativa é que o Rio Tietê atinja a navegabilidade plena, com 2,7 metros, até o fim do mês.