A presença de elementos residuais após o tratamento podem ser benéficos na produção
O acesso aos recursos hídricos é sempre um desafio, especialmente na agricultura. Afinal, a atividade responde por 70% de todo o consumo de água no mundo. Com as mudanças climáticas, que afetam os regimes hidrológicos no planeta, e a maior consciência ambiental do consumidor, o uso racional dos recursos naturais torna-se praticamente uma obrigação.
Mas, como fazer o reúso de águas na irrigação sem colocar em risco a sanidade das plantas e a qualidade dos alimentos? Em primeiro lugar, é preciso compreender que tipos de água podem ser reutilizados em quais lavouras.
Utilizadas na cozinha (preferencialmente sem gordura e matérias orgânicas), lavagem de roupas, chuveiro e pias de banheiro. Seu reúso é possível por meio de filtragem física para retenção de partículas.
Basicamente, consiste na retenção da água da chuva com técnicas de terraceamento ou pequenas barragens. Além de economizar recursos hídricos na produção, também aumenta a absorção pelo solo e previne a erosão.
Também conhecido como água negra, é proveniente de vasos sanitários e pias com alto teor de resíduos orgânicos e gorduras. Exige o uso de estação de tratamento de esgoto (ETE), via filtragem e uso de produtos químicos. Por ser mais caro, o sistema é utilizado principalmente em locais de maior escassez de água. De acordo com a Acero Agronegócios, empresa especializada em agricultura, em todos os casos a qualidade microbiológica precisa estar em conformidade com os parâmetros exigidos para cada tipo de lavoura. Por isso, é necessário consultar especialistas e pesquisar literaturas relacionadas ao reúso de água especificamente para este fim.
Por exemplo, a presença de elementos residuais após o tratamento podem até ser benéficos na produção, como nitrogênio, potássio e fósforo. De modo geral, o reúso é mais indicado em lavouras de produtos a serem processados, como a cana de açúcar. Mas também é possível na irrigação de hortaliças.