A produção acontece atualmente de maneira individual, em cada propriedade; a ideia é unir cerca de 20 produtores em cooperativa
A cidade de São José do Mantimento fica na Região das Matas de Minas e tem cerca de 3 mil habitantes. O café é o carro-chefe da economia local, mas um grupo de produtores quer fortalecer a produção artesanal do açúcar mascavo, formando uma cooperativa.
A fabricação do açúcar mascavo na cidade não começou recentemente. Desde 1918, vários agricultores do município se dedicam à atividade, sem qualquer uso de adubo químico ou agrotóxico. Segundo o mobilizador do Sebrae Jean Gomes, o açúcar da região já chegou a ser exportado até para outros países. A fama de produto de qualidade impulsiona os agricultores a virar a página dessa história e escrever um novo capítulo rumo a novos mercados e a formalização da atividade.
“A gente está desenvolvendo um trabalho para reativação da cooperativa e organização desses produtores rurais. O produto é referência em relação à qualidade. Hoje em dia eles produzem de forma individual. Ou seja, cada produtor faz o açúcar em sua propriedade. A ideia agora é juntar todos e fazer as reformas estruturais do espaço de produção”, disse o mobilizador do Sebrae.
Em 2000 foi criada a Cooperativa dos Produtores de Açúcar Mascavo de São José do Mantimento (Coopersol), mas com o passar dos anos a atividade perdeu força e a empresa ficou inativa. Agora, os produtores voltaram a falar em formalização depois do apoio do Sebrae, da prefeitura e de uma cooperativa de crédito que atua na região. A possibilidade de crescimento e ganhos mais altos seduziu o grupo que tem a fabricação do açúcar, mais do que como um meio de renda, como uma filosofia de vida.
Atualmente a região produz cerca de 60 toneladas de açúcar por ano, mas os agricultores querem aumentar essa produção e trabalhar unidos. O gerente do banco Sicoob Credlivre, Sidney Martins, explicou sobre os principais requisitos para se ter um projeto apoiado pela instituição financeira.
“O principal critério é que esse projeto atenda a necessidade de uma comunidade e de várias pessoas. Respeitando esse princípio, a cooperativa tem interesse em participar. Nós vamos ser esse braço financeiro para o produtor que pertence ao projeto do açúcar mascavo, liberando crédito para reconstrução do espaço”, disse Sidney Martins, gerente do Sicoob Credilivre de Manhuaçu.
As entidades de classe têm promovido encontros coletivos com o grupo de produtores. Por meio deste trabalho, a unidade de fabricação será reconstruída e restabelecida.