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Baixa produção obriga Brasil a importar milho

Governo zera imposto de importação para não sacrificar mercado interno

Foto de containers no Porto de Paranaguá
As Perspectivas para a Agropecuária são apresentadas anualmente pela Conab. (Foto: Ministério da Agricultura)
Washington Bonifácio
17 de julho de 2021
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O Porto de Paranaguá, no Paraná, tido como maior exportador de produtos agrícolas do Brasil, se prepara para uma operação de importação. Nos próximos dias, uma carga de 35 mil a 40 mil toneladas de milho a granel deve chegar da Argentina. A Fortesolo é a empresa de operação portuária que vai receber a carregamento e confirmou a informação. O presidente da empresa, Marco Ghidini, explica sobre a movimentação da commoditie no porto. “O Brasil, nos tempos atuais, vem tendo uma demanda maior que a oferta, o que favoreceu algumas medidas governamentais para a importação. Nesta seara, a Fortesolo está atenta às movimentações econômicas e alerta às necessidades logísticas junto ao Porto de Paranaguá”, declara Ghidni.

Espigas de milho

Pouca chuva impacta na safra brasileira de milho. Foto: Frepik/jcomp

O Brasil é o 3º maior produtor de milho, atrás apenas dos EUA e da China. O problema é que, neste ano, a seca prejudicou a colheita nacional. Com o baixo volume de chuvas entre abril e maio, a safra brasileira de milho está sendo menor do que a esperada para esta temporada. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) acompanha a movimentação da produção de milho no país e estimou um rendimento de 93,38 milhões de toneladas para esta safra. Porém, recentemente, fez uma revisão e cortou 3 milhões de toneladas do que já era esperado para 2021. A Conab ressalta que a seca impacta na colheita de inverno e deve fechar o ano com apenas 66,97 milhões de toneladas do cereal.

Suspensão de imposto

Para tentar conter o preço no mercado interno, o Ministério da Agricultura e Pecuária anunciou a suspensão da alíquota do imposto de importação para o milho. A decisão partiu do Comitê-Executivo de Gestão, da Câmara de Comércio Exterior (Camex), e tem validade até dezembro deste ano. A justificativa foi baseada justamente na alta de preços, já que “as cotações internacionais tiveram comportamento de alta, pressionando ainda mais os preços internos”, explica a nota enviada pelo Ministério da Agricultura.

Produção da Argentina

Enquanto o Brasil registra queda, na Argentina é esperado recorde na produção de milho nesta safra. De acordo com dados divulgados pela Sociedade Nacional de Agricultura, 59 milhões de toneladas estão previstas para esta colheita. Desta maneira, a boa produção do país vizinho tem contribuído para abastecimento do mercado interno brasileiro. Esta não é a primeira vez que o Brasil importa milho da Argentina. Nos primeiros meses deste ano, 102.799 toneladas do grão chegaram ao porto brasileiro em três navios. Todo o montante foi usado como complemento na alimentação animal.

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