Na região Centro-Oeste do estado há oportunidades de qualificação gratuitas, mas faltam pessoas interessadas no trabalho
Em Marilândia, distrito de Itapecerica, na zona rural do estado, o produtor rural Renilton Barreto comprou uma fazenda há 17 anos e deu início a um projeto de pecuária leiteira. Com um rebanho de mais de 100 cabeças de gado, a ideia era produzir 1500 litros de leite por dia. Mas a falta de funcionários para tocar o trabalho fez o serviço parar.
Sem profissionais para trabalhar, máquinas estão paradas e produção de leite praticamente parou. (Foto: Maycon Stallone)
Renilton explica que falta mão de obra interessada e qualificada. “Muitas pessoas chegam sem qualificação e a gente se oferece para ensinar o trabalho, mas aí os funcionários também não demonstram interesse no serviço, são desatentos. Acabam causando prejuízos”, explica o produtor rural. Para dar conta do serviço seriam necessários pelo menos três empregos na fazenda, que hoje não tem nenhum colaborador.
A falta de mão de obra causou prejuízos e tornou o trabalho inviável. Renilton começou a se desfazer do gado leiteiro e hoje tem menos de vinte animais. A ideia dele é migrar para a pecuária de corte. “É um tipo de trabalho que requer menos qualificação do profissional e menos trabalhadores envolvidos no processo. Por isso achamos que vai ser mais viável”, afirma Renilton.
O Sindicato Rural de Divinópolis oferece assistência a produtores rurais com vagas de trabalho em aberto e também enfrenta dificuldade em conseguir mão de obra. “Recentemente abrimos um grande processo seletivo e recebemos poucas pessoas interessadas. Nos últimos meses a falta de profissionais piorou bastante”, alerta Henrique Barbosa, responsável pelo departamento de Recursos Humanos do Sindicato.
Produtores dizem que é preciso formar novos profissionais para o trabalho no campo. (Foto: Maycon Stallone)
Em parceria com o Senar, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, o sindicato oferece vários cursos de qualificação voltados para o trabalho no campo. Mas o número de interessados é baixo. “Temos oportunidade em várias áreas e muitas pessoas que já trabalham no campo participam, mas a renovação ainda é pequena. Não há muitas pessoas dispostas a aprender para começar a trabalhar no campo”, finaliza Henrique.
A solução é incentivar a formação de novos profissionais. Entre os projetos já desenvolvidos há o programa Jovem no Campo, que estimula a formação de mão de obra e o empreendedorismo, para diminuir o êxodo rural e aumentar a oferta de trabalhadores no campo.
