Em 2021, a Rússia forneceu 22% das 39 milhões de toneladas de adubos que o Brasil importou
A guerra entre Ucrânia e Rússia já completou 58 dias. O conflito afetou diretamente a exportação de fertilizantes ao Brasil, porém, o transporte do adubo continua, de acordo com levantamento da StoneX. No dia 4 de abril, cerca de 600 mil toneladas de fertilizante russo desembarcaram nos portos brasileiros.
Seis navios com fertilizante atracaram no porto de Santos entre 20 de março e 13 de abril. O terminal de Paranaguá, a maior porta de entrada de adubos, recebeu outras quatro embarcações, com pouco mais de 100 mil toneladas de nutrientes da Rússia, entre potássio, ureia e MAP.
Em 2021, a Rússia forneceu 22% das 39 milhões de toneladas de adubos que o Brasil importou, em uma lista que contém ureia (nitrogenado), MAP (fosfatado), nitrato de amônio e potássio.
O presidente Jair Bolsonaro pediu ajuda à Organização Mundial do Comércio (OMC) para garantir uma espécie de “salvo-conduto” ao fluxo de fertilizantes importados de países que sofreram sanções econômicas e financeiras por causa do conflito. O Governo Federal lançou um plano nacional de fertilizantes e tenta conseguir fornecedores para evitar impactos na produção de alimentos.
“Temos pela frente um desafio árduo. O presidente e o ministro nos pediram para dar mais ênfase à questão dos fertilizantes, para discutir mais amplamente, até antes da reunião ministerial, para encontrar uma fórmula para viabilizar acesso aos fertilizantes a partir da região em conflito, Rússia, Ucrânia e Belarus. Examinaremos a questão e veremos o que pode ser feito, porque precisamos que o Brasil produza. Se o Brasil não produzir, se a Ucrânia não produzir, no próximo ano teremos mais problemas com o preço dos alimentos. O papel do Brasil é muito importante”, falou a diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala.
Nelson Chipichopi, gerente técnico de uma empresa de fertilizantes em Varginha, no Sul de Minas, acredita que as entregas estão longes de serem normalizadas.
“Um navio que sai da Rússia e chega ao Brasil fica em média 60 dias no mar. Essas cargas que estão vindo saíram do país [Rússia] antes da guerra com a Ucrânia. Já estão pagas, por isso chegaram agora”, finaliza.