Acervo de pesquisas começou a ser feito em 2010 com o objetivo de cuidar da memória e conhecer a riqueza da fauna do rio
Um projeto feito em parceria pelos UEMG, Universidade Federal de Minas Gerais e UFSJ, Universidade Federal de São João de Del, nos campi em Divinópolis, na região Centro-Oeste do estado, criou um guia ilustrado sobre os peixes do Rio Itapecerica. Os responsáveis pelo trabalho dizem esta é uma forma de estimular a preservação do meio ambiente, cuidar da memória e preservar a riqueza do rio.
O livro “Peixes do Rio Itapecerica – Guia Ilustrado” foi criado com uma linguagem acessível e ilustrações didáticas. O acervo foi reunido a partir de um trabalho em conjunto do Laboratório de processamento de tecidos (Laprotec) da UFSJ, com apoio do Programa Interno de Incentivo à Pesquisa e à Extensão (Proinpe) da UEMG. O conceito principal do projeto é “conhecer para preservar”, a partir da intenção de despertar um sentimento de pertencimento ao Rio Itapecerica, preservando as espécies que o habitam.
Foram anos de coleta e registro durante o trabalho. Os peixes eram capturados no Rio Itapecerica, fotógrafos e identificados por especialistas. Alguns foram preservados e levados para o laboratório da UFSJ. “Pesquisamos sobre a biologia e hábito de vida de cada uma das espécies. Essas informações foram resumidas e junto com as fotografias foram compiladas no guia. Este material foi utilizado em palestras para alunos do ensino médio de Divinópolis, quando tivemos um retorno positivo dos alunos e professores”, ressalta Ludmila Silva Brighenti, coordenadora do curso de biologia da UEMG e uma das autoras do guia.
O Rio Itapecerica faz parte da Bacia do Rio Pará. A professora Ludmila explica que os peixes se deslocam pelos cursos d´água da mesma bacia e é esperado que as espécies encontradas sejam comuns às de outros rios da bacia. “No entanto, pode acontecer de que novos estudos identifiquem novas espécies ou reclassifique espécies já descritas. Recentemente duas novas espécies de cascudos foram descritas para a bacia do Rio São Francisco, tendo sido coletadas também em pontos no Rio Itapecerica em Divinópolis. Isso reforça a importância do Itapecerica para a biodiversidade local”, explica.
Foram encontradas espécies como tilápia e tamboatá, trazidas propositalmente ou acidentalmente pelo homem, vindas de outros ecossistemas. “A introdução de espécies é uma das maiores ameaças à biodiversidade global, uma vez que essas espécies introduzidas podem contribuir para a extinção de espécies nativas, seja pela competição por alimento e abrigo, pela predação, ou por outras interações ecológicas”, finaliza a professora.
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