Elas passam por treinamentos, especializações e monitorias para se dedicar à produção do grão especial
A produção de café especial tem cada vez mais sido ocupada por mulheres. No município de Nepomuceno, no Sul de Minas, onze produtoras decidiram criar o grupo “As cafezeiras”.
Com apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), elas passam por treinamentos, especializações e monitorias para se dedicar à produção do grão especial, que é mais valorizado no mercado. O próximo passo é fundar uma associação.
Na fazenda onde vive com a família, a produtora Cristiane Luchetti Gonçalves, 45 anos, idealizadora do grupo, conta com cinco funcionários na produção do café. Antes, a família produzia e vendia os grãos para a cooperativa. Mas, há cerca de dois anos, estão se dedicando ao produto especial.
“Tudo começou com meu sogro, há mais de 30 anos. Antes da pandemia, começamos a produzir cafés especiais. No entanto, com a covid, ficamos com 100 sacas paradas que iriam para a Argentina e tivemos que lutar para vendê-las. Desde então, estamos nos dedicando a este tipo de produto”, comentou.
Já na família da produtora Maria Júlia Tempesta, 61 anos, o café está presente há quatro gerações. Aposentada há sete anos, começou a fazer cursos da Emater e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MG) para produzir grãos especiais.
“Comecei a me interessar pela produção do café especial depois de me aposentar do banco. Esta é a quarta geração da família produzindo café, tanto na minha família quanto na do meu marido. O que despertou meu interesse é que o café especial começa desde o trato cultural, com a plantação da muda. É necessário todo um carinho para sair um produto diferente”, finaliza.