Serão plantadas 37 mil mudas em 23 hectares na primeira fase do projeto numa fazenda em Ewbanck da Câmara
Com o intuito de explorar novas técnicas de reflorestamento, um grupo de pesquisadores da UFJF e de instituições internacionais vão coordenar o plantio de mudas na Fazenda Experimental da UFJF, que fica às margens da represa de Chapéu d’Uvas, no município de Ewbank da Câmara, na Zona da Mata. Essa é uma das ações do projeto “Raízes para o futuro”, desenvolvido pelo Núcleo de Integração Acadêmica para Sustentabilidade Socioambiental (NIASSA) em parceria com a concessionária “Via 040” e com a Universidade Técnica de Munique (TUM). No início do mês de outubro, serão plantadas 37 mil mudas de árvores nativas em 23 hectares da Fazenda Experimental.
“Nossa proposta é trazer um modelo novo de restauração, que contemple processos ambientais que não são considerados nos modelos tradicionais. No método mais comum, plantam-se árvores que crescem rápido e que permitem recobrir o solo, numa condição que permita que aquele sistema se recomponha sozinho. Entretanto, esse tipo de plantio apresenta diversidade baixa, com uma floresta que não é totalmente funcional. Outra possibilidade é o plantio de enriquecimento no qual mais espécies são plantadas mais tardiamente, mas isso demanda intervenção humana por mais tempo”, afirmou o André Amado, professor do Instituto de Ciências Biológicas e coordenador do projeto.
Ainda conforme Amado, a parceria com a empresa Via 040 é uma maneira de viabilizar o experimento. O plantio tradicional é uma obrigação da empresa, sendo feito nos moldes definidos pelo IBAMA. Ele é realizado em linhas e é como uma floresta organizada. Já o desenho experimental é um pouco diferente. As árvores também estão em linhas, mas elas formam um hexágono, com cada planta estando na mesma distância da outra. A única diferença entre os tratamentos será a composição das espécies que irá variar.”, conclui.
No início do mês de outubro das 37 mil mudas plantadas, 12 mil mudas serão de maneira experimental em 7 hectares dedicados exclusivamente aos experimentos dos pesquisadores. O professor e pesquisador Leonardo H. Teixeira, da Universidade Técnica de Munique, destacou que um dos principais benefícios do plantio experimental está na preocupação com a recuperação do sistema para recobrir o solo com árvores. “Ele não deixa de ser importante, por exemplo, para controle de erosão numa área de encosta, mas é apenas uma das questões que podem compor o funcionamento do ecossistema. No nosso caso, existem preocupações adicionais, tais como retorno de fauna e a recuperação das nascentes d’água, tendo em vista que a represa de Chapéu d’Uvas é responsável por grande parte do abastecimento de água da cidade.”