Há quatro anos, os professores acompanham os aspectos ecológicos e silviculturais da castanha-do-pará no câmpus, algo considerado inédito
A castanha-do-brasil, chamada popularmente de castanha-do-pará, logo é associada à Amazônia, seu habitat natural. Mas pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) decidiram estudar o comportamento da planta fora do bioma com mudas produzidas a partir de sementes coletadas no estado de Mato Grosso.
De acordo com os pesquisadores, um desses estudos buscou identificar os primeiros registros de insetos visitantes e polinizadores para que possa gerar frutos. Foi instalada uma plataforma de 18 metros de altura para observar e fotografar os insetos e, a partir daí, coletar amostras para identificação das espécies com a ajuda de especialistas do Departamento de Entomologia da UFLA e do Laboratório de Bionomia, Biogeografia e Sistemática de Inseto da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Seis espécies de insetos foram identificadas, sendo que três delas foram consideradas apenas visitantes florais (não polinizadoras), outras duas, a Eulaema nigrita e a Eulaema cingulata, já são conhecidas como polinizadoras da castanha-do-brasil na Amazônia. Já a Centris lutea, ainda não havia sido identificada como polinizadora da castanha-do-pará. Todos os insetos são abelhas, consideradas polinizadores da maioria dos ecossistemas mundiais.
O plantio experimental da castanha-do-brasil na UFLA foi realizado em janeiro de 1996 e levou 20 anos até a frutificação. Há quatro anos, os professores acompanham os aspectos ecológicos e silviculturais da castanha-do-pará no câmpus, algo considerado inédito.