Atualmente são 37 vacas no rebanho e uma produção diária de 750 litros de leite
Áureo Carvalho e a esposa, Sônia, iniciaram na pecuária leiteira há 8 anos no município de Santa Rita de Caldas, no Sul de Minas. O casal se tornou referência na região após investir em gestão, melhoria genética e alimentação dos bovinos na propriedade de 36 hectares.
“Nós vivemos em uma região de produtores pequenos, onde a maioria sempre criticava a produção leiteira, por achar que não era rentável. Então além do prazer de olhar para trás e ver o crescimento na produção, a gente se sente como uma referência, ajudando outras pessoas também, mostrando o valor da atividade”, comentou Áureo.
Os produtores cuidavam de um pequeno rebanho na fazenda Cachoeirinha das Antas. A maioria dos animais era voltada para corte, criada em regime de confinamento. O casal também produzia leite apenas para cobrir as despesas. A propriedade contava com 15 vacas que produziam cerca de 130 litros de leite por dia.
“Nas primeiras visitas que fiz ao local, vi um grande potencial na propriedade e no produtor para produzir leite. Percebi que ele não estava muito contente com o confinamento de animais devido ao alto custo. Partimos para intensificar a produção de leite. O trabalho inicial foi focado em dinamizar os processos de produção, de redução dos custos, sem perder a qualidade. Foram feitas divisões do espaço onde ficavam os animais, recuperação e arrendamento das pastagens para plantio de vegetais, além de trabalhar a melhoria genética do rebanho”, falou o técnico da Emater-MG no município, Rodrigo Beck Júnior.
Em 2015, Áureo conseguiu um financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), para a compra de mais cinco vacas. No ano seguinte, a produção diária de leite aumentou para 300 litros. No ano de 2018, a produção já havia aumentado em mais de 380%, ao bater a marca de 500 litros por dia. A partir daí, passou a vender o leite para a Associação de Produtores de Leite de Santa Rita de Caldas e Região (Aprol). Ao final do ano, também vendia o produto para a Danone. O pecuarista fez inseminação artificial nas vacas e, em seguida, investiu no processo de fertilização in vitro.
Em 2020, investiu cerca de R$ 750 mil para construção de uma nova sala de ordenha e de uma pista de alimentação para os animais, além de uma caixa de dejetos para armazenar o esterco, a ser utilizado nas pastagens e áreas de plantio de milho. Também foram adquiridos um novo tanque, com capacidade para 2,5 mil litros de leite, e uma ordenhadeira mecânica.
Hoje, a propriedade conta com o certificado de Boas Práticas de Produção, concedido pela empresa internacional QCONZ. São 37 vacas e uma produção diária de 750 litros de leite. Áureo espera que a produção estimada suba para 1,3 mil litros de leite por dia, um aumento de 1.000% em relação a 2014, quando começou na atividade.