Manifestantes protestam em relação ao novo modelo de fiscalização de mudas de frutas cítricas
Uma manifestação de produtores rurais fechou totalmente a MG-285, em Dona Euzébia, nesta quarta-feira (10). Segundo a PM, aproximadamente 500 produtores rurais participaram do protesto, que durou cerca de quatro horas. Como forma de protesto, os manifestantes queimaram pneus para chamar a atenção das autoridades em relação ao novo modelo de fiscalização de mudas de frutas cítricas. O trânsito foi bloqueado nos dois sentidos da rodovia.
O grupo protestou contra uma portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que instituiu uma normativa para que a produção das mudas de citros seja realizada em estufas, ao invés de no solo. Essas estufas, segundo o produtor Cláudio José, custam mais de R$ 150 mil. Os produtores alegam que a pandemia de Covid-19 tornou inviável essa alteração. Quem passou pelo local pode ver uma cortina fumaça preta, devido à queima dos pneus, que impediam o acesso à cidade.
O protesto foi realizado depois de uma fiscalização do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária), responsável por garantir o cumprimento das regras, evitando a disseminação de uma praga conhecida como Greening. A bactéria transmitida por um inseto está presente nos estados de Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Atualmente 67 municípios são considerados área de risco.
Durante a fiscalização, os produtores teriam sido informados que todas as mudas plantadas ao ar livre deveriam ser descartadas e que deveriam também arcar com multa de 30% do valor referente a quantidade de mudas cítricas na propriedade. Segundo o prefeito de Dona Euzébia, Manoel Franklin, (ver vídeo), 90% da economia do município giram em torno da venda de mudas produzidas pela agricultura familiar.
Em nota, o Ministério da Agricultura informou que a reação dos produtores, ocorrida na região de Dona Euzébia, prejudica a citricultura do país e não reflete a realidade da maioria dos produtores de mudas de citros do Brasil, que já se adequaram às exigências regulatórias sobre a produção de mudas. Ainda conforme a nota, após a publicação da norma, foi concedido prazo adicional de 4 anos para regularização dos produtores.