Minas Gerais é o terceiro estado com maior concentração de cervejarias independentes no Brasil
Para acompanhar o mercado da cerveja artesanal no Brasil, o Núcleo de Estudos em Cerveja Artesanal (NucBeer) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), desenvolve projetos que buscam estudar e conhecer melhor as etapas do processo produtivo da bebida, desde as matérias-primas, passando pelo modo de produção, desenvolvimento de novos produtos e aproveitamento dos resíduos.
Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), nos últimos anos o número de cervejarias artesanais saltou de 70 para quase 900, gerando um faturamento de cerca de R$ 2,4 bilhões. O estado de Minas Gerais é o terceiro com maior concentração de cervejarias independentes no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva).
“Apesar de o Núcleo ser recente, e o distanciamento social como medida de contenção à Covid-19 ter chegado logo na sequência de sua criação, em 2020, conseguimos iniciar alguns projetos importantes”, fala o professor Tiago José Pires de Oliveira, da Escola de Engenharia (EEng) e um dos coordenadores do NucBeer.
O Núcleo conta com 18 integrantes, sendo 15 estudantes da graduação e três professores. Entre os projetos está a realização de uma pesquisa de mercado traçando o perfil dos consumidores de cerveja artesanal de Lavras, no Sul de Minas, e região. A pesquisa aponta dados como: 50% dos respondentes afirmam consumir cerveja de 1 a 2 vezes por semana e quase 90% escolhem a cerveja pelo sabor, com destaque para preferência pelo estilo Pilsen (67,8%), que são cervejas com menor amargor, mais claras e com leveza no paladar. No âmbito das cervejas artesanais, mais da metade dos consumidores consome esse tipo de produto há mais de dois anos. Quanto aos custos, a maioria dos participantes (65,6%) respondeu que pagaria, em uma garrafa de 600 ml, valores entre 8 e 12 reais (38,8%) e entre 12 e 15 reais (26,8%).
Outro estudo busca perspectivas futuras para a indústria cervejeira, coletando dados sobre os aspectos econômicos e a produção. Também estão sendo levantados dados por sindicatos, associações, órgãos públicos e pelas próprias cervejarias em seus espaços de comunicação oficial.
Por fim, há um estudo em andamento com o bagaço de malte, conhecido como bagaço de cevada, polpa de cervejaria ou borra de cervejaria. É um dos principais resíduos úmidos provenientes do processo produtivo de cervejas, representando 85% do total de subprodutos gerados. O objetivo é produzir um bio-óleo que pode ser beneficiado, sendo utilizado como biocombustível com potencial para ser usado em motores a combustão.
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